Baterista resume trajecto do grupo que venceu concurso de jovens talentos
Chamam-se Persona 77, são da região e definem-se como uma banda de rock alternativo. No primeiro fim-de-semana deste mês venceram o concurso de jovens talentos em Belmonte, distrito de Castelo Branco.
“Ao todo, competiram mais 12 bandas de todo o País, em dois dias de concertos. Fomos a banda vencedora. Arrecadámos o prémio monetário de 500 euros e a possibilidade de abrir o concerto de José Cid nas Festas de Belmonte, dia 24 de Abril”, revela Henrique Vitorino, 28 anos, baterista e porta-voz do grupo, composto ainda por Daniel Vitorino, 25, guitarra e voz principal, Pedro Maceira, 21, guitarra e teclados, e Filipe Peuch, 21, baixo.
Em entrevista, por e-mail, o baterista da banda que integra três elementos do concelho do Montijo e um do município vizinho de Alcochete resume o trajecto do grupo criado em 2016 e aponta ao futuro.
Pode dizer-se que os Persona 77 nasceram há quatro anos?
A banda começou, com esta formação, em 2016, quando lançámos o nosso primeiro single e videoclipe: “A Solução”. Apesar de já haver, antes, um projecto musical, foi a partir desse ano que começámos a ensaiar com mais regularidade, a dar mais concertos e a gravar algum do nosso material original.
Como se definem enquanto banda?
Somos uma banda de rock alternativo com influências muito díspares: desde o pop ao rock mais psicadélico ou mesmo ao heavy metal.
Além de “A Solução”, contabilizam ainda um EP e outros singles…
Em 2018, lançámos o segundo single, “O Feiticeiro” e actuámos no palco principal do Festival Liberdade com Richie Campbell. Em 2019, lançámos o terceiro: “Robotika”. Os videoclipes estão disponíveis no nosso canal de youtube ee contam já com vários milhares de visualizações.
Ao longo dos tempos onde têm ensaiado?
No Montijo, nos estúdios Feedback. E aproveitamos para agradecer o apoio logístico deles nas nossas actividades. Também foi lá que a RTP2 nos entrevistou no início deste mês, para o programa E2, sobre a música e a situação actual das jovens bandas na indústria. O vídeo do programa pode ser visto no nosso facebook/instagram e canal de youtube.
Estavam muito ou pouco esperançados em arrecadar o primeiro prémio quando entraram no concurso em Belmonte?
Os concursos, para nós, são encarados como concertos normais. Isto porque não consideramos a música como uma competição, a apreciação da mesma é tão relativa que uma possível vitória no concurso não dependeria só de nós. Felizmente, correu-nos tudo muito bem. Estamos gratos à organização e ao júri do concurso de Belmonte pela extrema simpatia e por nos terem recebido tão bem na nossa primeira vez lá. Foi uma experiência muito boa.
Esta não foi, porém, a primeira conquista do grupo…
… Já tínhamos ganho igualmente o Concurso de Bandas da Festa do Avante e um 2.° prémio no Concurso de Jovens Talentos de Rio de Mouro.
Que sentimento vos passa agora pela cabeça tendo em conta o actual cenário de pandemia que, desde logo, deve impedir a realização das Festas de Belmonte onde iriam actuar?
A situação actual não é nada fácil em relação às bandas e músicos. Inclusivamente estávamos a meio da nossa digressão nacional deste ano; passámos por Faro e Belmonte e tínhamos mais datas para Corroios, Portimão e Albufeira em Março. Foram adiadas para data a definir.
As Festas de Belmonte, realizando-se supostamente a 24 de Abril, também provavelmente serão remarcadas dado o cenário de pandemia. Seria um grande prazer para nós tocarmos com um artista como o José Cid, mas, neste momento, temos de fazer tudo ao nosso alcance para conter o vírus, pelo que concordamos com um possível adiamento ou cancelamento. Inclusivamente, a organização de Belmonte já nos assegurou que, caso não se realizem as festas em Abril, nos convidam para outra data.
Até ver, temos mais dois concertos já marcados: Cascais a 15 de Maio e o Festival Sons no Rio, no Montijo, dia 24 de Julho, com os UHF.
E quanto a objectivos futuros?
O nosso objectivo é termos cada vez mais concertos e podermos gravar um EP ou um álbum ainda este ano. Temos muitas canções já terminadas e já se torna difícil escolher o alinhamento dos concertos, pelo que até por isso seria bom partirmos para a gravação, para podermos definitivamente “arrumar” algumas das músicas. Depois disso, ver o que vai acontecendo na nossa carreira.