Ana Patrícia Reis apresenta em Sesimbra livro sobre a importância de ter tempo para estar presente

Ana Patrícia Reis apresenta em Sesimbra livro sobre a importância de ter tempo para estar presente

Ana Patrícia Reis apresenta em Sesimbra livro sobre a importância de ter tempo para estar presente

Pré-lançamento é no sábado, durante o workshop “A mala a partir de um livro”, na Biblioteca Municipal

 

“Como a Sara, todos somos de vidro, delicados e frágeis. Todos podemos partilhar as nossas cores mas é melhor quando as partilhamos com amigos que as sabem guardar no coração, o lugar mais seguro do mundo”.

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É assim que Ana Patrícia Reis começa por apresentar a sua “Menina de vidro”, obra cujo pré-lançamento está marcado para sábado, pelas 14h00, na Biblioteca Municipal de Sesimbra.

“Esta história foi escrita há pelo menos cinco anos. Há muitos anos que escrevo para teatro, histórias infantis e outros projectos, ligados à Anime – Projecto de Animação e Formação e ao Projecto de Inclusão pela Arte, nos quais participei com escrita e ilustração, mas ainda não me tinha arriscado nesta ideia de pegar numa das minhas histórias e dar-lhe forma, imagem e espaço para florir”, conta a autora do livro, gestora e coordenadora de projectos da associação Pipa – Projecto de Inclusão pela Arte e membro da equipa de curadoria da livraria Mercado das Palavras, a O SETUBALENSE.

“Ter um livro infantil escrito e ilustrado por mim foi sempre um sonho. Conto histórias e trabalho com livros infantis há muitos anos e senti que ao criar uma publicação da minha autoria tinha de trazer uma mudança, um tema que não é fácil de trabalhar com os mais novos”, adianta, frisando que dedica a obra aos filhos e a todas as crianças que fazem parte da sua vida “de forma incondicional e vão colorindo os meus dias”.

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A “Menina de vidro” é, nas palavras de Ana Patrícia Reis, “uma história que retrata a de muitas crianças que passaram pela minha vida ao longo dos anos e com quem vou trabalhando. Cada vez mais é mais real que há muitos pais presentes que estão ausentes e que não percebem o impacto que isso tem na vida da criança”.

No trabalho que desenvolve, considera que “um dos pontos mais importantes na forma de intervir é o ter tempo para as crianças, sem ter que estar a fazer nada. Aquele tempo é delas e eu estou lá para as ouvir”.

A obra, da Flamingo Edições, conta com revisão de Ana Paula Costa, “escritora do concelho de Sesimbra, sem esquecer o apoio da minha família, e tem como objectivo chegar à vida das pessoas, sejam adultos ou crianças. O livro ilustrado não é apenas para as crianças, pode e deve ser utilizado muitas vezes pelos adultos”.

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No sábado, “estarei a dar uma formação para educadores, professores e animadores sobre como transformar uma mala numa peça de arte, sobre como construir uma mala a partir de um livro, no âmbito do projecto itinerante ‘Malas – momentos com histórias’ que temos vindo a desenvolver”, esclarece.

A primeira apresentação do livro, a decorrer das 14h00 às 15h00, é “realizada a meio do dia porque se insere neste workshop. Na sua segunda parte, à tarde, iremos trabalhar a partir deste livro”, continua.

Ana Reis pretende, no futuro, levar a sua “Menina de vidro” o mais longe possível e criar em 2022 uma mala inspirada na história “para também acompanhar o livro nas suas viagens”.

Malas agregam temas e personagens para contar histórias em qualquer lugar

O projecto “Malas – momentos com histórias” está em exposição no átrio da Biblioteca Municipal também até este sábado. De um total de 35 malas, nesta mostra é possível conhecer 12.

“É um projecto com temas muito específicos, cujo ponto de partida são vários livros. Uma mala reúne vários livros que trabalham determinado tema”, partilha. “Cada mala é um conjunto de cenografia e marionetas, num conceito muito relacionado com o teatro do objecto. Vivemos muito disso. Não gosto de dizer que sou contadora de histórias. Situo-me enquanto performer de histórias. Pego nelas e interpreto ao nosso estilo”, acrescenta.

Para Ana Patrícia Reis, que trabalha com a actriz Jéssica Pires neste projecto, “as malas são um produto muito próprio, exclusivo e único também. Atrevo-me a dizer que em Portugal é dos únicos produtos dentro desta vertente de pegar na mala e transformá-la numa micro peça de teatro que pode ser apresentada em qualquer sítio”.

No presente, estão a dinamizar quatro histórias para a Sociedade Portuguesa de Estudos das Aves, numa mala trabalhada com base nos animais da Lagoa Pequena, e continuam a promover a iniciativa “Momentos com histórias”, nos dois últimos domingos de cada mês na sede da Junta de Freguesia da Quinta do Conde.

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