4 Maio 2024, Sábado
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Nuno Maia: “Setúbal pode ser uma mini-Califórnia”

Figura do ano pelo Rotary Club de Setúbal defende potencialidades da região. É visto como uma “pessoa de consensos” que “partilha as dores” da comunidade

 

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“Temos vinho, pão, maça riscadinha, recreio à volta dos golfinhos, temos cimento, papel, reparação naval, indústrias e outras empresas exportadoras, temos 800 mil pessoas, academia, infra-estruturas determinantes, como o Porto de Setúbal, que se afirma como o principal da Área Metropolitana de Lisboa”, pelo que a península de Setúbal tem condições para ser uma espécie de “mini-Califórnia” em desenvolvimento económico e qualidade de vida. É esta a visão de Nuno Maia para a região, que o próprio partilhou com os membros e convidados do Rotary Club de Setúbal no jantar em que foi homenageado como figura do ano.

O clube, presidido por Vítor Marques, distinguiu o director-geral da Associação da Indústria da Península de Setúbal (AISET) pelo papel que desempenhou na criação da NUT II e III para a região, o que também já tinha levado o jornal O SETUBALENSE a atribuir-lhe o título de personalidade do ano 2022 do distrito de Setúbal.

No jantar do Rotary Club de Setúbal, que teve lugar quinta-feira no Hotel Mélia, Nuno Maia recordou que a península vivia numa enorme discriminação negativa, no acesso aos fundos comunitários, tendo em conta a “disparidade de 1 para 7 entre o rendimento de Cascais e o da Moita”, por exemplo, e sublinhou que a luta pelo reconhecimento desta injustiça foi trabalho de uma “grande coligação” que juntou a AISET a outras entidades, como o Movimento Pensar Setúbal, a Cáritas Diocesana, a Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS), o Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) ou a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova (FCT-UN).

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O homenageado defendeu que a região tem agora de “aproveitar” para promover um “desenvolvimento sustentável de base industrial” e que, para vencer esse desafio deve apostar na transição energética e carbónica e na “neo-industrialização – que é diferente da reindustrialização, no sentido clássico – muito ligada ao mar”.

“Gostávamos de ser uma grande plataforma produtiva e logística, de grande qualidade, que pudesse elevar o rendimento da população e quebrar acabar com algumas ilhas de pobreza que ainda persistem”, vincou Nuno Maia. Para atingir esse nível de desenvolvimento, destaca, a indústria tem “um papel de alavanca” uma vez que o valor acrescentado bruto é conseguido sobretudo através da indústria.

O director-geral da AISET avisa, no entanto, que o processo de desenvolvimento “não é um caminho claro, porque há factores que não dominamos”, como, por exemplo, um eventual alargamento da União Europeia a Leste, que pode fazer com que Portugal passe a ser considerado um país rico. “Seria uma vitória de Pirro, teríamos uma NUT e não teríamos dinheiro a receber”.

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Para vencer estes desafios, a península precisa de ter “lideranças regionais” e de perceber que o desenvolvimento da região é “tarefa de todos”. Por isso, em matéria de consciência regional, liderança política e participação cívica, Nuno Maia espera que “o futuro próximo seja melhor do que o passado recente” e conclui que o ganho mais imediato obtido pela criação da NUT foi nesse campo: “Permitir que nós, comunidade, possamos acreditar que, se nos juntarmos, as coisas acontecem”.

O compromisso do distinguido com a cidade e a região foi elogiado pelos presentes, como Carla Guerreiro, vice-presidente da Câmara de Setúbal que apresentou Nuno Maia como “uma pessoa de consensos”, ou José Manuel Palma, professor universitário e consultor na área do Ambiente, que “gostava de ver Nuno Maia cidadão honorário de Setúbal” por ser alguém que “partilha as dores de Setúbal”.

Aos 57 anos de idade, este beirão, que nasceu em Lisboa e viveu na Amadora até aos 37, confessa ter já também “uma costela” sadina. “O tema das NUT reforçou muito a minha pertença setubalense”, explica. Maia chegou a Setúbal em 2004, como diretor de Comunicação Institucional da Secil e, durante estes 20 anos, também através da AISET, a partir de 2018, tornou-se uma figura “muito admirada”, como disse a autarca Carla Guerreiro.

A homenagem à figura do ano passou também pelas intervenções de Helena Fragoso de Matos, Frederico Nascimento, Isabel Melo, Eduardo Correia, e vários outros que não quiseram deixar de participar.

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