29 Março 2024, Sexta-feira
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“Além de Pessegueiro e de mais três fotovoltaicas, vamos lançar um projecto de hidrogénio verde”

João Cunha, vice-presidente da Smartenergy, explica projecto da central fotovoltaica inaugurada e anuncia que o investimento do hidrogénio verde vai localizar-se em Palmela e Montijo

 

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As quatro centrais fotovoltaicas no concelho de Palmela representam um investimento global na ordem dos 120 milhões de euros. Segundo João Cunha, vice-presidente da Smartenergy, a central de Pessegueiro tem uma capacidade de produção de 63 Megawats (MW). As outras três, que vão avançar ainda este ano no concelho, produzirão no total 110 MW. Na forja, a empresa tem ainda um projecto de hidrogénio verde.

Porquê Pinhal Novo para instalar a central fotovoltaica?

Há toda uma linha de orientação de negócio que temos vindo a seguir em Portugal, desde 2017-2018. Temos projectos a norte em Trás-osMontes, na região de Mogadouro, temos a sul em Portimão, e temos também na zona da Grande Lisboa, Setúbal, Salvaterra de Magos. No fundo, estes licenciamentos e estas oportunidades vão sempre com dois elementos que são decisivos. Primeiro, o ponto de ligação que é atribuído para a rede, ou seja, temos sempre de localizar os projectos na vizinhança dos pontos de ligação onde há capacidade nas subestações onde ligamos os projectos, quer seja na rede de distribuição quer seja na rede de transmissão. Depois, a disponibilidade de terrenos que possam ser trabalhados. É toda uma análise que compreende estes factores que depois faz com que todos os promotores, incluindo nós próprios, cheguemos a estas localizações.

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Encontraram na zona do Pinhal Novo um local com todos esses factores favoráveis para a Central de Pessegueiro?

Certo, foi uma combinação de todos estes factores e outros. Mas diria que estes são os que têm mais importância, no que diz respeito à localização deste tipo de projectos de produção centralizados.

Por que considera esta central importante?

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Existem várias motivações pelas quais os diferentes países devem trabalhar para atingir metas que permitam a descarbonização na sua economia. Há metas definidas no Plano Nacional de Energia e Clima que foram sendo renovadas e aumentadas. No fundo está em linha também com o que é desenhado a nível da Comissão Europeia para todos os Estados-membros. Sabemos também que o conflito, que já decorre há mais de um ano na Ucrânia, veio ainda acentuar essa necessidade, pela volatilidade, pelo aumento exponencial dos preços da electricidade e da energia em si. Isso faz com que os países acelerem as metas e objectivos. As renováveis permitem baixar os preços da electricidade.

O processo de instalação correu como expectável?

Devido ao seu “timing”, ao momento da construção, houve uma pressão que foi colocada pela cadeia de fornecimento e também alguma pressão a nível daquilo que eram os custos previstos. Diria que, com alguma flexibilidade da nossa parte em termos de encontrarmos soluções técnicas alternativas, que é também flexibilidade para encontrar e garantir a logística de uma forma diferente da que estava originalmente planeada, foi possível vencer ao longo de 12 meses, de construção, todos estes desafios que não estavam inicialmente previstos. A central foi inaugurada no passado dia 29 de Março.

Já está tudo operacional, tudo concluído?

Já se encontrava cem por cento operacional desde Dezembro último. Teve uma fase de arranque, de testes, e quisemos agora fazer esta inauguração oficial, sendo [esta] a nossa maior central em Portugal.

Entre os presentes na inauguração esteve o ministro do Ambiente. Qual a importância dessa presença?

É sempre importante termos a presença das entidades públicas, na pessoa do senhor ministro, também da secretária de Estado. No fundo, trazem a confirmação de que é claramente uma aposta do País no contributo para fomentar o aumento da instalação de renováveis, sector em que a Smartenergy está a trabalhar há mais de 12 anos. Portugal, não só pelo seu potencial de recursos naturais como também pela actividade que tem vindo a desenvolver desde 2017, foi seleccionado por nós para ser o centro de competências para todos os outros mercados onde estamos presentes.

Como será feita a monitorização desta central?

É assegurada por nós. A Smartenergy está presente ao longo de toda a cadeia de valor, tanto licenciamos projectos como construímos, como depois, quando entram em operação, temos equipas que asseguram toda a gestão do activo. Temos um centro de monitorização quer na nossa sede na Suíça quer no nosso centro de competências, localizado em Matosinhos. Temos equipas que fazem toda esta monitorização, através de sistemas e plataformas que o permitem fazer de forma remota, e que possibilitam detectar não só eventuais anomalias, avarias, não conformidades, bem como a gestão de todos os contratos que gravitam à volta de um activo destes, contrato de arrendamento, contrato da operação e manutenção, equipas que vão local e fazem toda a manutenção preventiva ou correctiva.

Têm outros investimentos no Distrito de Setúbal?

Temos mais três no concelho de Palmela, não muito distantes daquele que agora inaugurámos. Em termos de capacidade, Pessegueiro representa cerca de 63 MW e os três projectos em conjunto cerca de 110 MW. Estes três que temos neste momento prontos a avançar representam cerca do dobro de Pessegueiro em termos de número de painéis, de área e capacidade e electricidade a ser produzida e injectada na rede. A Smartenergy tem vindo a trabalhar de muito perto com a Câmara de Palmela, visto que em Portugal, de entre todo o nosso portefólio, este é o concelho onde temos mais projectos concentrados – Pessegueiro e mais três cuja construção avança na segunda metade deste ano. A juntar a estes, também temos para lançar um projecto de hidrogénio verde, que vai combinar uma localização entre Montijo e Palmela. Passa por combinar renováveis, ou seja, energia solar para produzir de forma exclusiva a electricidade verde para depois fornecer essa electricidade para a produção de hidrogénio verde.

Qual a grandeza de valores destes investimentos?

Em energia solar, o investimento normalmente anda na casa dos 700 mil euros por MW. Se multiplicarmos 700 mil por 63 MW de Pessegueiro dá uma ordem de grandeza [44,1 milhões de euros]. As outras três centrais representarão sensivelmente o dobro [77 milhões].

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