19 Abril 2024, Sexta-feira
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Espectáculos do Avanteatro para públicos de todas as idades

O palco do Avanteatro vai receber sete peças que desafiam o público a envolver-se e reflectir

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O teatro sempre teve um lugar reservado na programação da Festa do Avante!, não sendo este ano excepção. O palco do Avanteatro será cenário de sete peças que contemplam os mais variados gostos.

O primeiro a subir à cena é “Corpo Suspenso”, escrito por Rita Neves para a Latoaria/Candonga Associação Cultural. Aqui, a autora leva-nos a reflectir sobre o “corpo enquanto arquivo”. Escreve a dramaturga: “Os corpos trans­portam me­mó­rias. O que ficou da Guerra Co­lo­nial no corpo do meu pai? Por que é que o seu corpo pa­rece trazer, por vezes, me­mó­rias si­len­ci­adas? Através de uma nar­ra­tiva re­ve­lando epi­só­dios da vida do meu pai que passou pela Guerra Co­lo­nial, in­ves­tigo esta ideia de corpo como lugar de me­mó­rias”.

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Por sua vez, Maria João Luís, do Teatro da Terra, companhia residente do Seixal, in­ter­preta “A Última Re­feição”,  texto de An­tónio Ca­brita e en­ce­nação de An­tónio Pires. Trata-se de um mo­nó­logo em que se vê He­lena cozinhando para Bert: frango na pú­cara com tem­peros à Mãe Co­ragem. En­quanto o faz, vai cogitando  na existência que viveu com Bert, ale­grias e so­fri­mentos, até trai­ções.

Com Bert no caixão, ela tem de dar uma resposta à morte. Se não o substituir por outro, a morte promete ressuscitá-lo. Desorientada, põe-se a cozinhar o prato preferido de Bert, um acepipe digno de res­sus­citar um morto.

“Elogio da Lou­cura” tem como intérpretes Hélder Ma­teus da Costa e Maria do Céu Guerra. Inspirado na obra ho­mó­nima de Erasmo de Ro­terdão, que no seu tempo foi perseguido pela Inquisição, Hélder Ma­teus da Costa propõe um novo Re­nas­ci­mento.

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Num texto de apresentação de “Elogio da Loucura”, Hélder Ma­teus da Costa salienta que a “agu­deza sa­tí­rica e co­ragem de Erasmo con­ti­nuam a ser um bál­samo para os nossos dias”. O novo Homem do Re­nas­ci­mento “tinha con­fi­ança em si pró­prio, con­quis­tada com uma luta que o trans­formou no grande ins­tru­mento da sua época, livre de ter como único so­corro a graça di­vina”.

Lugar às cri­anças

Os mais pequenos são contemplados com três es­pec­tá­culos, dois do Te­atro “O Bando” e outro da Com­pa­nhia de Te­atro de Al­mada. Uma das mais an­tigas e emblemáticas co­o­pe­ra­tivas cul­tu­rais leva ao Avan­te­atro “Joana”, um es­pec­tá­culo a so­nhar o mar, e “Ti Mi­séria”, a per­so­nagem mais an­tiga de O Bando. O pri­meiro, inspirado em “Si­lêncio Saga, de Sophia de Mello Breyner An­dresen, interpretado por Suzana Branco, surge como “um mo­nó­logo com muitas per­so­na­gens dentro”. É uma peça “onde a re­pre­sen­tação, a abs­tracção e o sim­bo­lismo são fer­ra­mentas usadas à vista de todos”.

No que respeita a Ti Mi­séria, é in­ter­pre­tada por Paula Só, actriz que, em 1986 ga­nhou o prémio da Me­lhor In­ter­pre­tação do Ano atri­buído pela As­so­ci­ação Por­tu­guesa de Crí­ticos de Te­atro, ex-aequo com Eu­nice Muñoz.

Ti Mi­séria “queixa-se que lhe su­biam à no­gueira e lhe rou­bavam as nozes, o seu único te­souro, mas um dia des­co­briu uma ma­neira de isso não voltar a acon­tecer. Des­co­briu, também, uma ma­neira de en­ganar a morte”. Ambas as en­ce­na­ções têm a chancela de João Brites.

A Com­pa­nhia de Te­atro de Al­mada apresenta-se com “Ando a So­nhar com Be­ethoven”, es­crito e en­ce­nado por Te­resa Ga­feira. Desvenda a encenadora através das personagens que põe em movimento, que o pe­queno Jorge gosta de ter os brin­quedos bem ar­ru­ma­dos e só assim dorme sossegadinho debaixo dos co­ber­tores. O pior é que todas as noites, um homem gadelhudo e ba­ru­lhento lhe entra pelo quarto, sem pedir licença, mexe em tudo, de­sar­ruma tudo, coisa que lhe custa suportar! O Jorge, porém, com a música que sempre traz com ele, torna o quarto como que má­gico. A Alfa e a Beta até lhe chamam o Be­ethoven.

 Mú­sica e po­esia

Be­bemos pa­la­vras a mais? Uma pro­posta da Nar­ra­ti­ven­saio-AC, criada por Luísa Pinto e Cris­tina Ba­celar, onde se cruza a po­esia com a mú­sica e se fala de como o amor, seja ele como for, é um lugar espantosamente belo, onde até o humor ganha o seu es­paço.

Be­bemos pa­la­vras a mais?! transporta-nos para uma toada pro­funda sobre esse lugar do Hu­mano, num trajecto que vai do eru­dito ao po­pular, entre a pa­lavra dita e can­tada, to­cada e en­ce­nada.

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