19 Abril 2024, Sexta-feira
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Companhia “Sui Generis” repensa actividade mas mantém foco na criação artística

Oficinas na vila quintacondense são lugar de “encontro e liberdade criativa”

 

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Os últimos meses de actividade da companhia de teatro Sui Generis têm sido marcados pela incerteza gerada pela situação pandémica. Ainda assim, o grupo não baixou os braços e conta agora a O SETUBALENSE que planos tem para um futuro breve.

“Nos últimos tempos temos tentado desenvolver o nosso trabalho mesmo com algumas dificuldades vindas do contexto da pandemia. Alguns espectáculos continuam a ser adiados devido à situação que vivemos, mas temos estado activos no pensar e no criar”, começa por dizer Lara Matos, actriz, criadora e responsável pela produção e gestão da companhia de teatro Sui Generis.

No mês de Maio, a companhia estreou o espectáculo “Horizonte”, que fala sobre encontros e desencontros e questiona a forma como o ser humano se relaciona com o outro.

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Entretanto, apresentou a sua criação desenhada dirigida aos mais novos e continuou a dinamizar as oficinas de teatro, “que nunca pararam e sobreviveram ao confinamento. A rede que se criou entre todos desde o início do processo é tão forte que o confinamento em vez de desmantelar o grupo, tornou-o ainda mais resistente”.

No entender da associação quintacondense, “a pandemia tem exigido um repensar constante da situação enquanto criadores”. “Veio acentuar a precariedade do sector e expor as dificuldades de uma forma mais evidente. Não tem sido um momento fácil, o contexto actual coloca-nos muitos obstáculos na relação com o outro e o teatro é, para nós, essa relação. O corpo presente, a respiração, o estar, o sentir, o tocar”.

Oficinas de teatro abertas a todos são para continuar

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No que diz respeito à agenda Sui Generis, está previsto um espectáculo na Fortaleza de Sesimbra que tem como ponto de partida algumas referências da vila.

A partir de algumas figuras históricas, que deram vida à vila, a companhia de teatro propõe “uma viagem ao passado entre a realidade e a ficção, tocando o passado sempre com um olho no presente”.

Este espectáculo é, de acordo com os seus criadores, “uma reposição que está de regresso à vila de Sesimbra, construído unicamente e especialmente para aquele lugar.

Na primeira versão deste espectáculo o público percorria as ruas da vila, mas agora as ruas vão ser levadas até à fortaleza.

A arquitectura de cada esquina ganha vida num novo lugar, o espectador é convidado a observar a vila desde a fortaleza, os actores são confrontados com personagens que fazem parte da memória da vila, num exercício constante de entrar e sair da acção”.

Também a continuação das oficinas de teatro na Quinta do Conde marcam presença nos planos para o futuro.

“Abertas a todos, desde os mais novos aos graúdos, nelas exploramos muitas ferramentas do teatro e do trabalho do actor/performer, mas são sobretudo um espaço de partilha, de construção de uma identidade, de descoberta, reflexão e também um espaço onde brincamos”, referem.

“Sentimos cada vez mais que o trabalho que desenvolvemos nas nossas oficinas de teatro na Quinta do Conde são um lugar de encontro com as pessoas que queremos preservar e onde queremos investir”, adiantam, justificando que “as oficinas permitem potenciar o diálogo entre os elementos, gerar plataformas de expressão, facilitar uma viagem identitária, tanto individual como colectiva e despertar para a participação”.

“São necessários estes espaços de confronto, de liberdade criativa e de descoberta”, garantem. Neste sentido, pretendem levar as oficinas “até ao ponto em que elas passem a ser das pessoas, que estas sintam este espaço como seu, onde podem efectivamente fazer propostas, fazer parte do processo de decisão, de escolhas artísticas e não só”.

“Por isso é essencial para a estrutura ter um espaço físico que permita uma flexibilidade de trabalho com a comunidade”. Além disto, a companhia de teatro Sui Generis está “a desenhar um projecto de longa data, que está agora a ganhar forma e a aproximar-se do que temos vindo a cozinhar nos últimos meses”.

“Como em tudo, é necessário um tempo de maturação que nos situe, que nos permita analisar todas as possibilidades. A criação é sem dúvida um lugar que queremos continuar a ocupar, porque sempre que criamos um objectivo artístico entramos num fervilhar de questões. Sentimos que a criação nos permite um constante actualizar”, concluem.

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