29 Março 2024, Sexta-feira
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Mercados municipais ressentem-se mas continuam a servir populações

Muitas pessoas preferem os mercados às, por vezes, longas e demoradas filas das grandes superfícies. E a fidelidade ao vendedor também conta

 

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Os vendedores dos mercados municipais do concelho do Seixal estão a aguentar-se nas ondas da crise. Sábado de manhã, flanámos pelo Mercado da Torre da Marinha para da conta das alterações que a crise pandémica fatalmente provocou.

Este era um dos mercados mais concorridos do Seixal, sobretudo, ao sábado. As pessoas aproveitavam, também, para se verem umas às outras, trocarem dois dedos de conversa, porem em dia as fofoquices do dia e tomarem um café no estabelecimento do Augusto. Rotinas que se esfumaram, ainda que todos nós acreditemos que se restabelecerão quando a vida social retornar à normalidade.

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Há menos bancas, e só de peixe e de fruta e legumes, e menos gente. Os talhos estão encerrados, enquanto a padaria continua a funcionar, certamente com muitos dos clientes habituais.

Adaptação é a salvação

O SETUBALENSE falou com o Rui e a Paula, proprietários de uma banca de peixe. “Só nos podemos queixar das vendas para os restaurantes, que sofreram uma queda abrupta. Para contrabalançar essa perda, criamos a plataforma digital “Mercado de Peixe, Torre da Marinha”, aonde o cliente pode escolher o peixe que quer e como o quer arranjado, que nós fazemos a entrega domiciliária”, explicaram. Claro, verifica o casal, “há muita gente que tem medo de sair de casa, mas, por outro lado, também ganhamos clientes que não querem perder tempo de espera nas bichas das grandes superfícies”. Portanto, a Paula e o Rui souberam adaptar-se à nova situação. Outra prova disso é que puseram à disposição dos clientes o modo de pagamento electrónico, tanto na banca, como nas encomendas à distância.

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“Só nos podemos queixar das vendas para os restaurantes, que sofreram uma queda abrupta”,
Rui e Paula

Os olhos é que mandam

António Mota, 62 anos, vende fruta e legumes. Embora ande nisto há três décadas, está há relativamente pouco tempo no Mercado da Torre. Compra directamente ao agricultor e também ele planta e colhe. “O comprador é uma pessoa de hábitos e fiel ao sítio onde compra. Nesse aspecto, tanto lhe faz que o produto esteja marcado a 1,20 como a 1,40”. Também António Mota nota que há gente a fugir da confusão dos supermercados, mas salienta que, neste como nos outros mercados do concelho, “devia haver menos desleixo”. Queixa-se da “falta de incentivos” e diz que é preciso inovar. “Por exemplo, este mercado está na mesma há muito tempo, nada muda, e os olhos querem ver coisas novas, os olhos é que mandam”. Por conseguinte, “é preciso inovar, é preciso sensibilização as autoridades para isso”. E diz mais: “Eu não me importava de, em vez de vender por 50, vender por 30, para que as pessoas vejam que isto é distinto dos supermercados”.

Manuel Araújo, presidente da Junta de Freguesia de Amora, informou-nos que no Mercado da Cruz de Pau “só funcionam as bancas de produtos alimentares, o mercado de levante está fechado”. Sabe que, neste mercado, como no da Torre, há menos vendedores e que “estes espaços têm que apostar tanto na qualidade como na diversidade”.

O autarca reconhece que a remodelação do mercado está demorada. Por outro lado, a Junta de Amora colocou nas suas plataformas digitais a relação do comércio que está aberto ao público, bem como horários e modo de funcionamento.

Por sua vez, António Santos, o presidente da União das Freguesias do Seixal, Arrentela e Paio Pires, corrobora a visão que aqui deixamos da situação nos mercados municipais. “No início do confinamento, creio que houve uma maior corrida da população aos mercados, tendo agora voltado ao que era normal”

Por José Augusto

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