26 Junho 2024, Quarta-feira

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Rui Garcia quer cultura ribeirinha mais protegida por entidades públicas

Rui Garcia quer cultura ribeirinha mais protegida por entidades públicas

Rui Garcia quer cultura ribeirinha mais protegida por entidades públicas

Soluções financeiras para elevados encargos dos centros náuticos e preservação de técnicas milenares na construção de embarcações tradicionais, dominaram o debate público

 

O IV Encontro de Culturas Ribeirinhas realizado na Moita foi um momento de partilha entre centros náuticos que passaram ao público as suas dúvidas sobre um futuro com “pouca água e elevadas taxas cobradas pela Administração do Porto de Lisboa (APL).

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Rui Garcia, presidente da Câmara Municipal da Moita aproveitou o momento para reafirmar a importância de preservar a sustentabilidade destas associações e defendeu mesmo que o ideal seria um futuro com isenção de taxas para as associações sem fins lucrativos.

Uma visita ao Estaleiro Naval de Sarilhos Pequenos, para dar a conhecer a visitantes e moitenses os segredos da construção de embarcações tradicionais e um almoço bordo do emblemático varino “Boa Viagem” celebraram o sucesso do encontro que decorreu na Moita de 25 a 27 de Outubro. O encerramento ficou ainda assinalado pela inauguração de uma exposição sobre embarcações tradicionais, recebido excepcionalmente no Centro Náutico da Moita.

Momento em que Rui Garcia revelou conquistas do presente e desafios do futuro na preservação das tradições ribeirinhas, em breve entrevista a O SETUBALESNE-DIÁRIO DA REGIÃO.

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Encontros inesperados

 

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“Os encontros não têm data marcada porque de acordo com a nossa ideia eles precisam de se realizar quando é oportuno, quando há temas e a possibilidade de juntar associações. Não sabemos quando vamos fazer o último, mas não queremos deixar passar muito tempo”, comenta Rui Garcia.

A vontade de acelerar a realização do próximo encontro surge devido a um sentimento que prevaleceu ao longo de três dias de debate. “O rio e as embarcações tradicionais, assim como os centros náuticos, são cada vez mais procurados. E a actividade gerada em torno desse contexto é cada vez maior”.

Uma dinâmica crescente que leva a uma maior atenção na preservação do património marítimo-fluvial. Desafio em que a Moita pode contar com o trabalho e o conhecimento partilhado pelo País Basco, Galiza, Vila do Conde, Murtosa, Estarreja, Sesimbra e Seixal, que se fizeram representar no decorrer do evento. “Cada um com os seus caminhos próprios, mas com um património cultural muito importante, identitário para estas comunidades e que estamos todos a tentar encontrar soluções para preservar”

Entre os temas em destaque durante este encontro, o autarca aponta aquele que foi a centralidade do encontro: “a construção naval em madeira”.

Uma questão “fulcral”, reafirma Rui Garcia, justificando que este património não sobrevive se não se preservarem as técnicas de construção destes barcos. “Principalmente porque os profissionais dedicados a esta área envelheceram e é difícil ter novas gerações a trabalhar nestas áreas”.

Na sustentabilidade esse é um dos factores determinantes, aliado ao desaparecimento gradual dos estaleiros navais dedicados à construção naval em madeira. Na Moita prevalece apenas o de Sarilhos Pequenos, sob a liderança do mestre Jaime Costa.

“Os problemas são reais na formação de novos trabalhadores mas também na sustentabilidade económica e foi a partir desses factores que debatemos o tema principal deste encontro e propusemos soluções para ultrapassar as dificuldades”.

 

Centros náuticos com pouca água e muitos custos

 

Outra questão que se revelou central para os centros náuticos do concelho da Moita, participantes neste encontro foi a de que a APL está a cobrar taxas demasiado elevadas para a quantidade de água a que os mesmos têm acesso de modo a poderem desenvolver as suas actividades náuticas. Seja para os que se dedicam à prática desportiva de vela ou para os que também incluem passeios com embarcações tradicionais.

“As rendas para utilização de domínio cobradas pela APL são de facto elevadas, porque o porto tem uma visão comercial deste espaço”, comenta Rui Garcia.

Ainda assim, o autarca revela que, fruto de alguma perseverança da Câmara da Moita e de outras, assim como de centros náuticos, “conseguiu-se junto da APL a concessão de uma taxa reduzida para as associações. Mas, mesmo reduzida, para a realidade dos clubes e para as suas receitas ainda é pesada. O ideal seria que estas associações, sem fins lucrativos, não pagassem taxas”.

 

Nova exposição é ponto de apoio a navegadores

 

No final desta iniciativa o presidente da Câmara, Rui Garcia, deu a conhecer o conjunto de Painéis Interpretativos “Moita Património do Tejo” que vão ser brevemente colocados junto ao novo Ancoradouro da Moita, “a grande montra das embarcações tradicionais do Tejo”. A exposição irá funcionar como “um pequeno museu ao ar livre”, com informação sobre as embarcações e o património do Tejo.

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