Vereador social-democrata apresentou pedido de esclarecimento. Diz que responsáveis têm o dever de informar os setubalenses em geral e os pescadores em particular como vão decorrer as obras
Presente na manifestação de sábado, Nuno Carvalho, vereador na Câmara de Setúbal e cabeça de lista do PSD por Setúbal nas Legislativas, informou que o partido enviou, este fim-de-semana, um pedido de esclarecimento à APSS em que “questiona o que acontecerá no rio Sado quando as dragagens começarem, desde a circulação marítimo-turística, aos pescadores, sem esquecer o ruído na cidade. E quando é que esta obra vai começar? Até agora, ainda ninguém disse como vamos viver com as dragagens e a troco de quê”, refere.
Para o candidato a deputado, “a falta de informação foi constante desde o início, com a consulta ao Estudo de Impacte Ambiental sobre o projecto a não ser divulgada. Os pescadores não foram consultados. O Município de Setúbal foi, mas Grândola não. E parece que só vale uma margem do rio Sado. Associações históricas, como o Clube da Arrábida também ficaram de fora.”
Na pesca, Nuno Carvalho assume que já se sabe o que está em cima da mesa “com a reposição dos dragados na zona da Restinga, a maternidade dos nossos peixes”. As outras questões vão para o turismo. “Ninguém sabe em concreto até que ponto estas obras vão afectar o sector. Mas o Turismo de Portugal, quando foi consultado sobre esta obra, referiu «em Setúbal o turismo é mais virado para a indústria, com visitas a fábricas». Prova de que estamos a lidar com pessoas que não sabem o que é Setúbal”.
No pedido de esclarecimento enviado, o vereador social-democrata à administração portuária que “informe a população em geral, e os grupos mais directamente afectados em particular, sobre em que data começam as dragagens e que condicionamentos ou incómodos estão previstos por força dos trabalhos”, considerando que “os setubalenses têm o direito de, no mínimo, serem informados do dia em que as obras vão começar e de todos os efeitos previsíveis na sua vida quotidiana, no usufruto do rio ou da cidade”.
“O mínimo que a APSS pode fazer é informar as pessoas e nem isso tem feito convenientemente, como até o próprio PS e o governo reconhecem. Ainda recentemente Ana catarina Mendes, cabeça de Lista pelo PS em setúbal e dirigente nacional do PS, reconheceu publicamente que a APSS falhou na comunicação com a cidade. Já que estão a impor esta obras, com um processo conduzido de forma errada desde o início e nas costas da população, pelo menos que agora informem as pessoas sobre como melhor lidarem com os transtornos que estão previstos.”
Nuno Carvalho sublinha que “nem aos pescadores, através das suas organizações, foi dada qualquer explicação sobre como devem proceder”.
O PSD exige ao Governo PS que, através da APSS esclareça cabalmente todas estas questões, de preferência numa sessão pública onde os interessados possam colocar as suas dúvidas.
Foto: Alex Gaspar