Ricardo Levesinho revela desafios de gerir afición e tradição no tauródromo da Moita
Assumiu a gestão da Praça de Toiros Daniel Nascimento, na Moita, em Janeiro e na Feira de Maio deu provas do que pretender fazer. “Dar uma alma renovada à afición”. É deste modo que Ricardo Levesinho, também gestor dos tauródromos de Vila Franca de Xira, Figueira da Foz e Cartaxo, apresenta o cartel tauromáquico das Festas da Moita em Honra de Nossa Senhora da Viagem, “com orgulho” e “stifeito das escolhas e aceitação de grandes nomes da tauromaquia aceitarem estar presentes”.
No programa pleno de figuras da tauromaquia nacional e internacional, cuja primeira corrida é apresentada no dia 10, Ricardo Levesinho destaca “João Ribeiro Telles e Antonio Ferrera, figura máxima em Espanha este ano, enquanto grande triunfador da Feria de Madrid”, revela.
A corrida do dia 10 conta ainda com Ginés Marín enquanto “jovem toureiro de grande destaque internacional”.
Na corrida do dia 12 o destaque é o concurso de ganadarias. Noite que Levesinho destaca também pela “exaltação ao forcado” e pela presença de “António Ribeiro Telles, Luís Rouxinol, e João Moura Júnior”. Estará também presente Andrés Romero, o rejonador espanhol que, segundo Ricardo Levesinho, “em Espanha é a figura que este ano está a abrir as portas grandes em todas as feiras importantes”. Destaque ainda para Luís Rouxinol Jr. e António Prates. “Jovens que têm singrado todos os dias e que se estão a destacar nas suas actuações, sendo também essa uma missão nossa” afirma Levesinho. “Dar destaque e enfoque à sua carreira. Trazer esses jovens a grandes praças”.
Para além das corridas o cartel tauromáquico inclui ainda uma aula prática de apoio à Escola de Toureio e Tauromaquia da Moita e uma Novilhada, realizada com objectivo de fomentar o apoio aos jovens que querem ser toureiros e já contam com algum nome e alguma experiência”.
Movimentos anti tauromaquia com efeito inverso
Com os movimentos anti tauromaquia a ganhar cada vez mais expressão social na defesa dos direitos animais e em protesto contra as corridas de toiros, Ricardo Levesinho admite que a afición não ficou indiferente e “sim, nota-se que há diferenças”, mas “pela positiva”.
O responsável pelos cartéis da Praça de Toiros Daniel Nascimento, para o biénio 2019-2020 afirma que, “a corrida da Feira de Maio, na Moita, teve muito mais espectadores do que nos anos anteriores”. Algo que na opinião do aficionado é prova “de que as pessoas estão com a tauromaquia, acreditam nesta praça e querem marcar a sua posição. Mostrar que estão para a tauromaquia, que são aficionadas e querem defender esta cultura que é tão nossa”.
Para Ricardo Levesinho esta é uma tradição que “não se perderá na Moita, sendo um dos centros de tauromaquia mais importantes do país. E estes gritos de alerta que surgem muitas vezes têm esse efeito de nos fazer despertar para o que é a nossa cultura”, defende.
Novas gerações renovam herança tauromáquica
Entre as jovens promessas do concelho da Moita na tauromaquia, Ricardo Levesinho destaca “Luís Silva, alunos da Escola de Toureio e Tauromaquia da Moita, que também estar presente na Novilhada”. Destaque ainda para o Grupo de Forcados Amadores da Moita e Grupo de Forcados dos Aposentos da Moita. “Dois grupos da terra que irão actuar nas duas corridas da feira”.
A nossa aventura de entrar no registo de organização de corridas de toiros vem de há muito tempo. Iniciamos em 2006, a angariar experiência de forma a conhecer como e que as coisas se organizavam e a partir de 2008 começamos a nossa etapa e tem sido uma batalha na defesa daquilo em que acreditamos”.
Ao longo das doze temporadas que já passaram pelos seus olhos Ricardo Levesinho destaca “a renovação de toureiros de novos valores dentro do público e o destaque cada vez maior dado aos cartéis. Algo que era uma necessidade essencial para a tauromaquia e para o próprio negócio. Porque gostamos de ter uma oferta aliciante para os aficionados e temos conseguido fazê-lo”.
Uma renovação que Levesinho encarra como “prova da força que a tauromaquia tem na sociedade”.
Entrar na praça e sentir…
“Um espírito de responsabilidade enorme, quando estou na parte da organização. Fico muito dependente de variados vectores. Há coisas que dependem da organização e outras não, o que nos deixa em alerta.
Mas quando entro na praça como espectador fico emocionado. Este é um espectáculo de emoções onde pode passar muita coisa. Coisas difíceis, mas também coisas extremamente bonitas. Isto traz uma mistura de sentimentos que é inexplicável.”