Antónia Lopes: “Temos para cima de 300 militantes a trabalharem para o congresso do PCP”

Antónia Lopes: “Temos para cima de 300 militantes a trabalharem para o congresso do PCP”

Antónia Lopes: “Temos para cima de 300 militantes a trabalharem para o congresso do PCP”

O Complexo Municipal dos Desportos de Almada acolhe de 13 a 15 de Dezembro o evento nacional do partido. A comunista, que é membro da DORS e do Comité Central, conta os pormenores

Desde 1923 até hoje, o PCP realizou 21 congressos, cinco dos quais neste milénio (iniciado em Janeiro de 2001) com a maioria destes a ter lugar em Almada (2004, 20012 e 2016). A “hegemonia” almadense nestes últimos tempos vai agora ser reforçada com a recepção ao 22.º congresso do partido no Complexo Municipal dos Desportos, de 13 a 15 de Dezembro próximo, depois de Loures em 2020. Antes da entrada deste milénio é preciso recuar até 1992 para se encontrar Almada como território anfitrião desta iniciativa nacional comunista.

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Mas, quanto tempo leva a preparação de um evento desta dimensão e como tem sido o trabalho desenvolvido pelas estruturas e militantes do PCP na região para colocar de pé o próximo congresso em Almada? As respostas a estas e outras questões são dadas por Antónia Lopes, membro da Direcção da Organização Regional de Setúbal (DORS) e do Comité Central do PCP, ao levantar o véu sobre os bastidores do encontro que já entrou em contagem decrescente.

“Gostava era de acentuar o número grande de militantes do partido que nós envolvemos na construção da iniciativa, porque é tudo feito por nós. Em todas as tarefas, devemos ter para cima de 250 a 300 militantes a trabalharem para conseguir concretizar [o congresso]”, disse a comunista, em entrevista concedida a O SETUBALENSE e à Rádio Popular FM (90.9).

Um trabalho que já leva largos meses de entrega e esforço, desde que o Comité Central “lançou” em Abril o evento para Almada.

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“O que para a DORS é um orgulho e também uma grande trabalheira, mas que fazemos com muito empenho, muita dedicação e muita alegria. A partir de 15 de Abril iniciámos o processo de construção do nosso congresso”, indicou, para salientar uma das etapas imediatas. “Foi feito um apelo a todas as organizações e aos militantes individualmente considerados para aprofundarem as actuais questões nacionais e internacionais e irem dando a sua opinião sobre o que gostariam e achavam pertinente ser tratado neste congresso, tendo como base aquilo que foi a resolução do anterior congresso e também aquilo que foi a resolução da conferência que tínhamos realizado entre os dois congressos.”

Esta é considerada “a 1.ª fase” do trabalho de preparação. “Todos estes elementos coligidos deram origem àquilo que chamamos ‘Proposta de Projecto de Resolução Política’, que foi objecto de nova avaliação em reunião do Comité Central em Setembro. E depois saiu um documento constituído com as opiniões de todos os que tiveram possibilidade de participar que foi para as organizações, para iniciarmos a outra fase de preparação do congresso, que é aquela que ainda estamos a tratar”, observou.

Dezenas de assembleias, força e alegria
Todo este processo contempla também a realização de um vasto conjunto de assembleias. “São para discutir o documento, mas também para a eleição dos delegados ao congresso. No global, marcadas, entre organizações concelhias e outras, temos 75 assembleias electivas, das quais já realizámos entre 40 a 42 só na região de Setúbal”, avançou Antónia Lopes, sem deixar de vincar: “Nós aqui [na região] elegemos à volta de 164 delegados, mas em todo o País o número de delegados que hão-de ser eleitos é superior a mil, aos quais se juntam os delegados por inerência, que são os membros do Comité Central.”

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Quanto a dificuldades, não podiam deixar de existir “algumas”, que são ultrapassadas com “força e alegria, porque a malta é bem-disposta”, defendeu. “É um orgulho ter o congresso na nossa região e os camaradas estão todos muito motivados para conseguir dar uma resposta à altura. Mas, há sempre algumas dificuldades, às vezes precisamos de dez camaradas para determinada tarefa e temos só cinco ou seis, porque os outros ou estão a recolher assinaturas para entregar ao primeiro-ministro, como agora, por exemplo, para fazer ver a necessidade do aumento dos salários e das pensões ou a construir propostas para o Orçamento do Estado… Temos sempre muito trabalho”, juntou.

O papel dos militantes (sem mãos a medir) não se esgota, porém, na preparação das condições necessárias para a realização dos trabalhos. Também há um durante e ainda um após, conforme fez notar a responsável da DORS e do Comité Central.

“No interior [do pavilhão], temos o apoio à mesa da presidência, os apoios aos delegados, a credenciação dos delegados, a leitura óptica (porque ninguém entra sem passar por ela)… para isto é preciso ‘montes de gente’. Depois, temos coisas lá fora, porque também queremos dar aos camaradas a possibilidade de poderem beber o cafezinho, comer qualquer coisa… temos três bares. E temos um pós-iniciativa, temos a disciplina de fazermos uma avaliação de como correu o congresso, dos pontos fortes e dos fracos, para melhorarmos na iniciativa seguinte”, enumerou.

E as expectativas para o evento em Almada estão em alta. “Vai ser um grande congresso, onde a organização do partido a nível nacional vai sair de certeza mais reforçada, melhor preparada para todas as batalhas que temos no dia-a-dia e também para a batalha das eleições [autárquicas]. Vamos sair com uma organização cheia de força, alegria e com vontade de batalhar”, concluiu.

Alojamento Grupo específico trata de dormidas gratuitas

Para colocar de pé um congresso nacional do partido, tudo é pensado ao pormenor, desde o convívio e do conforto do cafezinho no evento ao acolhimento gratuito para os militantes que vêm de pontos mais distantes.
“Os nossos militantes que vêm de fora não têm de se preocupar em arranjar hotel nem pensão nem alojamento local. Temos um grupo de trabalho criado especificamente para encontrar militantes e amigos – temos muitos amigos que não são militantes do partido, mas que têm respeito e que comungam dos nossos objectivos – que cedem as suas casas para receber delegados, individualmente ou casais ou aqueles que às vezes trazem família. Temos uma dinâmica de atempadamente saber quem vem ou não vem”, revelou Antónia Lopes.
“Os camaradas até o fazem com graça: precisamos de ver quem vem, para sabermos com quem os deitamos, onde os deitamos. Temos essa dinâmica, só na região envolve três pessoas a tratar desta questão”, rematou.

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