No passado domingo, os vitorianos que gostam da modalidade que mais notoriedade tem dado ao clube, levaram mais um murro fortíssimo no estômago. Era impensável que, depois de um jogo que estava a fazer vibrar os quase 13 mil setubalenses que assistiam ao emocionante e decisivo jogo, ao finalizar da partida, viesse a acontecer o que ninguém queria. Os adeptos do futebol já tinham sido flagelados, em 2020, com a decisão da Liga Portuguesa de Futebol, mantida pelo Tribunal Arbitral do Desporto, invocando incumprimentos administrativos, de colocar o Vitória na 3.ª Divisão. É verdade que nos últimos anos o Clube teve sérias dificuldades de gestão. Disso, evidências graves não faltam. Todavia, se fosse um Clube sustentado por nomes poderosos deste mundo sombrio do futebol profissional talvez tivesse havido mais complacências por parte dos decisores. Ironia das ironias, agora que os ordenados estão em dia, as situações tributárias e contributivas estão regularizadas e se têm assumido todos os compromissos financeiros de dívidas deixadas, acontece este desaire. A atual direção, particularmente a da SAD, terá alguma responsabilidade na estratégia desportiva, mas não era expectável que fosse este o desfecho. É que quando a bola começa a rolar dentro das quatro linhas tudo é imprevisível.
E AGORA? Diz o povo, na sua sabedoria, que é nas horas difíceis que se vê quem são os amigos.
Antes de tudo, não deitar a “toalha ao chão”. Mantenhamo-nos mais unidos e firmes. Somos o Clube pequeno, provemos, agora, que somos ENORMES. Se gastarmos o nosso tempo em ataques mútuos, tornamo-nos ainda mais fracos e os donos do futebol continuarão a pisar o nosso Vitória, como têm feito até aqui. Por isso, peço, encarecidamente, que se utilizem as redes sociais para gerar energias positivas. É que tudo o que se coloca nas redes sociais chega a todo o mundo e é fácil perceber-se a nossa fragilidade. Proponho que se crie uma rede social única, onde todos deixem a sua mensagem de estímulo, de sugestões positivas que demonstram a nossa união e pressionem o Tribunal Administrativo a repensar a última decisão de manter o Vitória na Liga para onde foi atirado, tendo em conta o recurso interposto pela atual Direção.
Por favor, ninguém deixe de ser sócio nem de pagar quotas. Seria colocar vinagre em cima desta ferida aberta. Há salários a pagar. Os funcionários do VFC já sofreram muito com salários em atraso e vai começar o tempo mais difícil do pagamento dos PERs, entre outras despesas de gestão.
O que aconteceu no Domingo foi um doloroso entardecer em Setúbal, mas que se iniciou com raios de sol vindo das bancadas centrais repletas de cores diferentes, transbordantes de gritos de esperança, dos mais novos aos mais velhos, todos se uniram pelo Vitória. Quando o entardecer se tornou mais escuro acenderam as pequeninas luzes dos telemóveis como que a dizer: recusamos o cair na noite da 4.ª Divisão.
Mantenhamo-nos assim. Só UNIDOS seremos ENORMES. E o Vitória regressará às vitórias.