Os últimos dias foram marcados pelas notícias da morte de Diego Maradona, Reinaldo Teles e Vítor Oliveira. Qualquer um deles, à sua maneira e na sua escala, foram figuras marcantes no mundo do futebol. Os três marcaram com a sua impressão digital os locais por onde passaram. É um lugar comum dizer que o mundo do futebol ficou mais pobre, mas ainda assim não deixa de ser verdade.
Entre nós, entretanto, prossegue o processo de autofagia no Vitória Futebol Clube. Um desfecho que era previsível, como aqui antecipei, ainda que não imaginasse a rapidez com que tem vindo a decorrer tal hara-kiri. Nesta altura, não me parece que Paulo Rodrigues tenha condições para continuar a dirigir o Vitória, mas tal decisão, naturalmente, compete aos sócios.
Por falar em sócios, n’Os Pelezinhos estamos, uma vez mais, a angariar donativos, bens alimentares e outros, que reverterão a favor de quem mais precisa. Num ano de acrescidas dificuldades para muitas famílias, é nosso dever solidário, e nossa obrigação moral, fazer um esforço para ajudar aqueles que perderam os seus empregos, ou parte dos seus rendimentos, em consequência da pandemia. Como é óbvio, a responsabilidade primeira de acorrer em auxílio de quem necessita de apoio é do Estado, mas tal não impede a sociedade civil de fazer a sua parte, se outra razão não existisse porque todos sabemos como é a realidade. Nós, atletas e sócios d’Os Pelezinhos, faremos seguramente a nossa parte.
Teremos atingido, entretanto, o topo da curva de infectados com Covid-19 nesta segunda vaga da pandemia, sinal de que poderemos vir a passar um Natal tão normal quanto possível. Não será ainda um Natal igual a anos anteriores, mas ainda assim será provavelmente passado com a família e de acordo com a tradição.
Com o ano a terminar, começamos a sonhar por antecipação com a campanha de vacinação contra a Covid-19 que nos permitirá regressar à normalidade nas nossas vidas. Nós, n’Os Pelezinhos, também sonhamos com isso. Sonhamos com a possibilidade de treinar com inteira normalidade, algo que agora nos está impossibilitado. Sonhamos em voltar a jogar futebol, chorar de frustração quando se perde e transbordar de alegria quando se ganha. Sonhamos em voltar a viver plenamente os dias, com os nossos atletas em campo a dar largas ao seu talento. Afinal de contas, como realçou António Gedeão num dos seus poemas, é o sonho comanda a vida.