O grande comício de aniversário do PCP, no Campo Pequeno em Lisboa, ao mesmo tempo marcou os seus 101 anos de vida e luta e encerrou as comemorações do Centenário.
Foram milhares e milhares de homens e mulheres de todas as idades, comunistas e não só, que ali fizeram ouvir a sua voz e erguer a sua bandeira rubra de esperança e de firmeza.
Cem anos de um percurso heróico foram celebrados em luta, num manifesto contra a guerra, pela Paz, proclamado a milhares de vozes. Num palco pela liberdade, solidariedade e paz, onde se cantou a resistência e a construção do futuro.
Naturalmente, no meio do ataque mediático e da operação de propaganda de guerra, tudo o que foi dito, feito, sentido naquela tarde ficou reduzido a uns quantos segundos de discurso sobre o assunto do momento: a desgraça da guerra na Ucrânia.
Mas havia e há muito mais para dizer sobre o que foi aquela festa com que terminou o Centenário do PCP.
Tu, que estás a ler este artigo, não viste nem vais ver na televisão o que disse a Margarida Botelho, do Secretariado do Comité Central, numa intervenção que só no PCP teria este destaque num comício desta importância: uma vida melhor para as crianças.
Disse a Margarida: «as crianças precisam de tempo, para brincar, para conviver com a família e com os amigos, para estar ao ar livre. Brincar é estruturante no crescimento e é um direito. Uma sociedade que promove os direitos das crianças não obriga os pais a trabalhar todos os fins de semana, não encurta os recreios, nem faz da rua um perigo. Devolve-lhes o espaço público e a natureza, garante-lhes o direito à participação.»
Repito: só mesmo no PCP se poderia dar este tempo e espaço a um tema que não é da agenda mediática nem da agenda governativa – mas que é do mais importante da nossa vida e da vida da Humanidade.
Não ouviste nem vais ouvir as palavras da Inês Rodrigues, do Secretariado e da Comissão Política da DN da JCP: «Aos que dizem que é preciso criar riqueza para depois distribuir, nós dizemos que isso já hoje acontece. O problema é que a riqueza é criada por uns e distribuída entre outros. Não aceitamos que quem faz as casas não tenha um tecto para viver, quem costura roupas não possa comprar umas calças novas, quem produz comida não saiba se chega ao fim do mês com jantar para os seus filhos, ou que os investigadores e os artistas não consigam resolver a equação complexa das suas vidas por via da instabilidade laboral e social.»
Não ouviste nem vais ouvir as palavras do Paulo Raimundo, do Secretariado e da Comissão Política do CC: «Somos o Partido da classe operária e de todos os trabalhadores, aqui estamos para mobilizar e lutar pelos seus justos interesses, que são também as aspirações das classes e camadas antimonopolistas. Aqui não há dependências nem influências dos interesses, da ideologia e da política das forças do Capital. Aqui dizemos ao que vimos, com verdade e com clareza. Assim foi quando nos constituímos e assim continuará a ser.»
Partido da Verdade, que não trai nem se vende: eis o Partido Comunista Português. Quando outros seguem pelo caminho mais fácil de renunciar a princípios e valores, alinham pelo discurso dominante e surfam a onda mediática, este Partido sabe bem de que lado está e não há campanhas de manipulação ou calúnia que o façam desistir.
Há muitas (demasiadas) pessoas que olham para este Partido na perspectiva da conjuntura, do que em cada momento é a agenda mediática, o que dele dizem telejornais e comentadores.
Na verdade, este Partido tem um projecto de desenvolvimento, de transformação da sociedade. Uma visão de libertação e emancipação do Ser Humano, para uma vida melhor, não para uma ínfima minoria de privilegiados, mas uma vida de realização e de construção da felicidade para todos.
Sublinhando as palavras do Secretário-Geral do PCP Jerónimo de Sousa, com que aquele grandioso comício encerrou, Sim, seguiremos em frente, porque perseguimos o ideal mais nobre da emancipação e libertação da exploração do homem pelo homem, porque queremos uma vida melhor para quem trabalha, porque queremos um Portugal desenvolvido, de progresso, independente, onde seja o povo a decidir.
Sim, seguiremos em frente, porque este colectivo partidário sabe como ninguém que o futuro não acontece: constrói-se e conquista-se! E essa é a nossa determinação!
Foi assim no passado, será assim no futuro, como força imprescindível e decisiva de transformação social que somos e com a qual os trabalhadores e o povo podem contar!
Sim, aqui estamos, certos de que o futuro tem Partido, pelo seu projecto, porque esta é força da esperança que está todos os dias ao teu, ao vosso e ao nosso lado em todos os domínios da nossa vida colectiva!