Com o advento da Internet, respetivas redes sociais e blogs, começou a crise nos jornais. Mas será que as pessoas, de um modo geral, estão agora mais bem informadas? Cremos que não. Será assunto para um próximo artigo de opinião. Este, é para nos debruçar-mos sobre outra realidade. Uma triste realidade. A revolução informática e não só, afetou também a venda de livros. Não afetou, felizmente, o numero e a qualidade dos seus autores. Pelo menos, no que ao nosso país diz respeito. Aliás, sempre tivemos muitos e grandes escritores. Um deles, foi até prémio Nobel, mas poderiam ter sido mais.
Eis apenas alguns dos atuais: António Lobo Antunes, José Luís Peixoto, Lídia Jorge, João Tordo, Valter Hugo Mãe, Inês Pedrosa, Rui Zink, Gonçalo M Tavares, Mário Cláudio, Luís Barriga, Jerónimo Jarmelo. Os dois últimos, não serão dos mais conhecidos, mas também são bons escritores. Com a particularidade de serem meus amigos. O último, há muito residente na nossa região (Seixal e agora Almada).
Anualmente, editam-se em Portugal, cerca de 12.000 títulos. Apenas 10%, chegam ao milhar de exemplares vendidos por ano. E neste país de contrastes, de tristes contrates, o livro mais vendido o ano passado, com mais de 50 mil exemplares, não foi fruto do enorme talento de nenhum dos escritores mencionados, nem dos prestigiados clássicos. O seu autor, é o jovem de 27 anos, Raul Minh`alma, natural de Marco de Canaveses (contra quem obviamente nada nos move) com, “Foi Sem Querer Que Te Quis”. Anteriormente, do mesmo autor, “Larga Quem Não Te Agarra”, vendeu 35 mil.
Tal como os títulos indiciam, trata-se de sugestões de sedução, historiazinhas cor-de-rosa, mera “literatura” de cordel.