1.O distrito de Setúbal distingue-se por ser o que trouxe ao Partido Socialista o maior ganho percentual de votos. O número de votantes aumentou 4,5% e o PS aumenta a sua votação em 7,1% e acrescenta mais um deputado aos nove atuais.
Pela primeira vez os socialistas têm dez deputados em dezoito. Sou uma das eleitas e sei bem a importância deste reforço para a atividade a desenvolver.
A mobilização foi também exemplar na diminuição de votos brancos e votos nulos . Estes votos, na prática perdidos, descem para metade.
Esta grande vitória, com expressão transversal nos treze concelhos dos distrito, enche-nos de orgulho.
A consciência da dimensão da responsabilidade – que é total – será , tenho a certeza, projetada no trabalho desta nova legislatura, até porque o grupo parlamentar de Setúbal tem provas dadas.
2.A maioria absoluta resulta de uma avaliação madura das condições atuais de exercício do poder.
Tive oportunidade de expressar, antes das eleições, a minha opinião sobre o tema.
Em democracia não existem inevitabilidades. No limite, de quatro em quatro anos, os portugueses são chamados a avaliar as governações, votando.
A estabilidade política é efetivamente necessária e, nesta fase da vida nacional, parece-me que é mais difícil encontrar soluções de consenso, entre partidos, que fossem duradouras e das quais resultem decisões reformistas , fundamentais para o país.
É bom não esquecer que, às vezes amiúde, as forças partidárias que, por acordo, completam maiorias, confundem diálogo com chantagem sobre a principal força política.
Os portugueses disseram não à governação sob chantagem e é exatamente por isso que optaram por uma maioria absoluta, que se quer sem arrogância. Em consequência, vejo com bons olhos o conjunto de reuniões promovidas por António Costa, antes da tomada de posse do Governo, que avalio como o primeiro e correto sinal de abertura ao diálogo.
3.O Governo, através do INE, enviou ao Eurostat a solicitação de constituição da unidade de base territorial para fins estatísticos (NUTS II) Península de Setúbal, cujo objetivo é a classificação desta como região de convergência para efeitos de obtenção de mais fundos comunitários a percentagens de comparticipação a fundo perdido superiores às atualmente praticadas.
Mas este é apenas um lado da moeda porque o outro é a exigência a que os diferentes agentes, públicos ou privados, se devem obrigar no sentido de projetar uma estratégia que estruture a região numa dimensão de desenvolvimento. Os fundos comunitários devem servir para que a região deixe de necessitar de fundos comunitários.
Sobre este tema das NUTS escrevi e envolvi-me sobejamente pelo que fiquei obviamente satisfeita com o desfecho, que teve a participação do grupo parlamentar do PS de Setúbal e da sua líder parlamentar, Ana Catarina Mendes.
Em nome do respeito pela vida coletiva não posso deixar de reconhecer um movimento – Pensar Setúbal – que se envolveu, há tempo, convictamente, neste processo.
É devido salientar também o papel ativo da AISET e de entidades por ela envolvidas, de que destaco o Instituto Politécnico de Setúbal.
Ao Governo Socialista a nota de que , mais uma vez, esteve com o distrito de Setúbal.