Síndrome do Túnel Cárpico: tratar antes que haja danos permanentes

Síndrome do Túnel Cárpico: tratar antes que haja danos permanentes

Síndrome do Túnel Cárpico: tratar antes que haja danos permanentes

22 Abril 2021, Quinta-feira

O síndrome do túnel cárpico é das patologias mais frequentes em Ortopedia, podendo ocorrer em qualquer pessoa, mas é mais comum em mulheres com idade superior a 40 anos. É das causas mais frequentes de consulta em Ortopedia na Clínica CUF Almada, na especialidade de Punho e Mão, e também de cirurgia, quer em doentes particulares, quer cobertos por seguros de saúde, ou, nos doentes com vale-cirurgia do Serviço Nacional de Saúde.

Na maioria dos doentes, a causa é desconhecida. No entanto, existem várias condições que predispõem a esta patologia, por exemplo: gravidez, doenças da tiróide, diabetes, artrite reumatóide e traumatismos ou fracturas do punho.

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Esta patologia ocorre quando um nervo, chamado mediano, é comprimido ao nível do punho/palma da mão. O nervo e os tendões que dobram os dedos passam do antebraço para a mão através de um estreito túnel chamado túnel do carpo, localizado na palma da mão. Quando há uma acumulação de pressão neste túnel, o nervo pode ficar comprimido e podem surgir os sintomas.

Os sintomas mais comuns são formigueiros e dormência, principalmente do polegar até ao dedo anelar. Inicialmente são mais esporádicos, mas vão progredindo em intensidade. Com o passar do tempo, geralmente ocorrem mais à noite e o doente é, frequentemente, despertado do sono e tem que abanar as mãos para alívio dos sintomas. Em casos mais avançados, o polegar e os restantes dedos podem tornar-se fracos ou desajeitados e pode começar a deixar cair objectos da mão ou ter dificuldades em actividades que exijam destreza manual.

O diagnóstico é, essencialmente, clínico, feito com alguns testes durante a consulta médica. Em casos de dúvida, pode ser pedido um electromiograma.

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No que respeita ao tratamento, este pode passar pelo uso de uma tala durante o período da noite, bem como por analgésicos, numa fase inicial em que os sintomas são ligeiros, inconstantes e incomodam pouco.

No último trimestre da gravidez, é comum surgirem queixas de síndrome do túnel cárpico, que normalmente se resolvem após o nascimento do bebé ou no decorrer dos meses seguintes.

A cirurgia é o tratamento mais comum e de regra para esta patologia, estando indicada quando as queixas são mais intensas, principalmente quando incomodam durante a noite.

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Como esta patologia é progressiva e o nervo vai perdendo as suas capacidades, o objectivo é tratar antes que haja uma degradação permanente, por forma a reverter as queixas. Se o nervo já estiver muito danificado, a resolução das queixas poderá não ser total. Por isso mesmo, é importante alertar que mesmo em contexto de pandemia, no qual há pessoas com receio de ir a unidades de saúde, é importante não ignorar os sintomas e não adiar o tratamento. Saiba que os hospitais aplicam procedimentos e circuitos que promovem a segurança de todos.

O procedimento é feito em ambulatório, sem necessidade de internamento, demorando cerca de 10 minutos e o objectivo é descomprimir o nervo mediano.É estimulada, desde o início, a mobilização dos dedos e punho, bem como o uso da mão nas tarefas leves do dia-a-dia.Após os primeiros 15 dias, é retomada progressivamente a vida normal, devendo haver algum cuidado com esforços ou pesos acrescidos.

As queixas noturnas desaparecem, na maior parte das vezes, no dia da cirurgia. De notar que o resultado final pode, por vezes, ser apenas apreciado ao fim de alguns meses. Em geral, mais de 95% das pessoas ficam totalmente satisfeitos com o resultado. Contudo, podem ocorrer complicações, na maior parte dos casos ligeiras, sendo a mais frequente a dor na cicatriz, que tende a resolver-se com o tempo.

 

Ortopedista na Clínica CUF de Almada

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