Celebrou-se no passado dia 25 de Setembro, o Dia Internacional do Farmacêutico. Embora possa passar despercebido a muitos de nós, todos os hospitais têm farmácias. É aqui que todo o circuito do medicamento dentro do hospital é gerido, de forma a garantir o uso seguro, com a maior eficiência possível e cumprindo os requisitos técnicos e legais. As funções desempenhadas numa farmácia hospitalar são as mais diversas e, para tal, é fundamental contar com uma equipa multidisciplinar e focada na segurança do doente, que inclui farmacêuticos, técnicos de farmácia, administrativos e auxiliares. Esta equipa é responsável pela aquisição de todos os medicamentos utilizados no hospital, pela sua gestão e armazenamento em condições apropriadas, pela validação das prescrições médicas, pela preparação, distribuição e monitorização dos efeitos dos medicamentos, sendo as tarefas distribuídas de acordo com as competências de cada profissional.
O farmacêutico hospitalar tem uma sólida formação na área do medicamento, com uma licenciatura, mestrado integrado, com uma duração de 5 anos, e especialidade com 4 anos de duração, de forma a permitir-lhe estar apto a colaborar com médicos, enfermeiros e a restante equipa de saúde, para conseguir melhores resultados para os utentes. O farmacêutico hospitalar faz parte de várias comissões de trabalho nos hospitais, como a Comissão de Farmácia e Terapêutica, a UL-PPCIRA (a comissão de controlo de infeção e uso apropriado de antibióticos), entre outras.
Todas as prescrições de medicamentos são validadas pelo farmacêutico hospitalar e este colabora com o médico no sentido de ajustar doses de acordo com as características de cada pessoa, com interações medicamentosas, ou de acordo com as concentrações no sangue, de forma a evitar toxicidade e otimizar a eficácia dos medicamentos. Pode ainda, de acordo com cada situação em concreto, procurar soluções terapêuticas para situações específicas que requerem alternativas aos medicamentos disponíveis.
Muitos dos medicamentos utilizados nos hospitais necessitam de preparação em condições especiais que garantam a sua segurança e adequabilidade a cada pessoa. É o caso, por exemplo, dos medicamentos para tratamento do cancro, que exigem preparação numa câmara de fluxo laminar, de forma a assegurar a sua esterilidade e a proteção de quem prepara. O farmacêutico hospitalar é responsável por validar as prescrições destes medicamentos e supervisionar a sua preparação, feita por um técnico de farmácia.
Nas farmácias hospitalares são ainda dispensados medicamentos de uso exclusivo hospitalar, assegurando-se o seguimento individualizado de cada pessoa, e monitorizando a eficácia e tolerabilidade. O farmacêutico hospitalar está ainda envolvido nos ensaios clínicos de novos medicamentos, o que permite aos doentes o acesso a terapêutica inovadora.
A farmácia hospitalar é um serviço que está focado no uso seguro e eficaz do medicamento, contribuindo para a prestação de cuidados de saúde de qualidade.
