A maternidade passa por momentos que causam ansiedade e receios aos pais, sendo a introdução da alimentação complementar um deles. Nesta fase surgem dúvidas como: em que idade se pode iniciar; que abordagem é a mais indicada; os engasgos; se é alimentado a leite adaptado inicia antes, entre outras.
As guidelines da Organização Mundial de Saúde são claras: introdução da alimentação complementar a partir dos 6 meses, independentemente do tipo de aleitamento. Isto porquê? Porque durante muito tempo associou-se o tipo de aleitamento à introdução precoce dos alimentos, na justificação de aumentar o aporte de nutrientes.
Mais do que a faixa etária do bebé, é importante compreender se ele está ou não preparado para iniciar a introdução da alimentação complementar. É então crucial falar-se dos sinais de prontidão. O bebé pode já ter 7 meses, mas pode não apresentar sinais de prontidão, como também pode ter 6 meses e ter todos os sinais de prontidão adquiridos. São eles:
- Controlo da cabeça e do pescoço;
- Estabilidade do tronco;
- Sentar-se com o mínimo suporte;
- Coordenação mão-olho-boca;
- Reflexo de protrusão da língua diminuído.
E quando o bebé dá sinal de querer comer e fica atento ao que estamos a comer? Pois bem, esse é um sinal de que o bebé tem curiosidade pelo mundo, pelo que o rodeia. Não pode ser tido como um sinal de prontidão para comer.
De referir que, acelerar este processo pode criar experiências aversivas no bebé, e posteriormente podemos vir a ter questões de seletividade e recusa alimentar. Respeitar o tempo do bebé, não forçar a ingestão dos alimentos, não esquecendo que durante o primeiro ano de vida a fonte principal de alimento do bebé é o leite.
Quanto à melhor abordagem? Existem diversas abordagens para iniciar a introdução alimentar. Por um lado, a tradicional, que do ponto de vista da participação do bebé no momento da alimentação, torna-o mais passivo e não tão participativo. Por outro, uma abordagem mais participativa, ou seja, o bebé está no controlo total do que coloca na boca, sendo o adulto somente responsável pela confeção e escolha dos alimentos. O Baby-Led-Weaning (BLW) entra na abordagem participativa, e ao contrário do que se pensa, não é uma abordagem para comer sólidos. O BLW é muito mais do que comer sólidos. É uma abordagem que fomenta a autonomia do bebé, sendo ele quem escolhe o que coloca na boca, mesmo que purés.
Por isso, a melhor abordagem é a que deixar a família mais feliz.