A Festa do Avante é uma festa política, cultural, desportiva e musical com a duração de três dias, realizada pelo PCP. É o maior evento politico-cultural realizado em Portugal. Todos os anos os visitantes podem assistir a peças de teatro, ranchos folclóricos, grupos corais, danças e concertos de vários géneros musicais por vários palcos, por onde passam dezenas de artistas. Tendo acontecido a primeira vez, em 1976, no espaço da FIL, conta já com 44 anos de existência. Só no período de 2001 a 2012, a Organização da Festa do Avante, programou para o palco Avanteatro 170 espectáculos: teatro, música, cinema documental, dos quais 58% foram de Teatro.
Fazendo o memorando dos artistas que já não se encontram entre nós, dos que me lembro: Mário Alberto, Morais e Castro, Carlos Santos, Mário Jacques, Mário Viegas, Mário Pereira, Pedro Pinheiro, António Anjos, Armando Caldas, Augusto Sobral, Joaquim Benito, António Assunção, Canto e Castro, António Rama, Os cenógrafos Irmãos Martins, Rogério Ribeiro, Mário Barradas, Rogério Paulo, Luzia Maria Martins, Helena Félix, Maria Dulce, António Machado, Fernanda Montemor, Cremilda Gil, Ivone Silva, Artur Ramos, Linda Silva, José Viana, Henrique Viana, Manuela Caçola, Eduardo Jacques, João Guedes, Mónica Lapa e, a grande perda recente, Fernanda Lapa. Passaram por estes palcos inúmeros artistas, técnicos, profissionais de espectáculo que, como todos sabem, encontram-se a atravessar uma das maiores crises devido a esta pandemia que se abate em Portugal, desde o mês de Março. Desde o desconfinamento, que nos foi dito ser preciso voltar a uma espécie de “normalidade”, cumprindo as regras que nos seriam apresentadas pela Direção Geral de Saúde. Não compreendo, portanto, porque é que a Festa do Avante é tão criticada quando é a própria DGS que permite a sua execução.
Se eu não acreditar na DGS, vou acreditar em quem?
Não é a primeira vez que o Teatro da Terra se apresenta no Avanteatro e, conhecendo tão bem quanto conheço a organização da Festa e a organização do Avanteatro, tenho toda a confiança de que vão ser garantidas todas as normas de segurança.
À data de hoje, ainda não se conhece uma vacina que possa vir a resolver este enorme problema. No entanto, a alternativa não poderá ser um isolamento perpétuo.
A vida vai continuar, inevitavelmente, de preferência sem tensões e até haver uma solução com sorrisos sinceros, por detrás das máscaras.
Bem-haja a todos os que nela vão participar.
Por Maria João Luís