Este ano, comemoramos o aniversário da Revolução dos Cravos de forma diferente do habitual. Não podemos sair à rua. Não podemos festejar juntos aquele que foi o momento fundador da nossa liberdade e da nossa democracia.
Vivemos um tempo singular na nossa história. Há 46 anos, libertámo-nos das garras opressoras de um regime autoritário, que teimava em impor a sua vontade e em restringir a liberdade de todo um povo. Hoje, por culpa de um vírus, somos forçados a festejar os valores de Abril com distanciamento social é certo, mas igualmente com solidariedade, liberdade, respeito pelos outros.
Festejamos Abril conscientes que é nossa responsabilidade recordar e homenagear todos os resistentes que lutaram durante o regime, que fizeram a revolução e que, todos os dias, construíram e constroem a nossa democracia.
Nas últimas quatro décadas, tivemos conquistas inigualáveis. O Serviço Nacional de Saúde, por exemplo, hoje tão fundamental nas circunstâncias que atravessamos. O desenvolvimento e o progresso proporcionados pela democracia e, posteriormente, pela entrada na União Europeia. O voto universal a todas a mulheres afirmou a mulher na sociedade. A Escola Pública garantiu o combate ao analfabetismo e permite, hoje, a construção de uma sociedade livre, plural e tolerante. O Poder Local Democrático, o poder mais próximo dos cidadãos, assegurou o abastecimento de água e o tratamento das águas residuais.
Neste momento singular da nossa história, que nos obriga a criar novas formas de estar juntos, é essencial continuar a festejar Abril e a combater o medo, na defesa da liberdade e da esperança. Todos temos de nos unir para contribuirmos para o desígnio de uma sociedade livre, desenvolvida, fraterna e igualitária.
Viva o 25 de Abril