Chegamos a uma fase da nossa vida, em que os relacionamentos são muito mais que brincar às casinhas, deixemos isso para os nossos filhos.
O pessoal anda ali na casa dos 50 / 60 anos … expliquem-me lá qual é a pressa de juntar os trapinhos logo no início de um relacionamento?!
Embora seja comum ouvirmos: “Ah e tal …. já não tenho paciência, para ter ninguém em minha casa”, a verdade é que a realidade, não é bem assim.
Começa com a escova de dentes, depois o esquecimento de um objeto pessoal (e que me desculpem as senhoras, mas quem não esqueceu com certa e inofensiva malicia, um elástico ou um brinco, que ponha o dedo no ar).
Claro que não há mal algum e até dá jeito deixar uns cacarecos, porque o pessoal não gosta de andar, com a casa às costas.
Mas, não é tão bom cada um ter o seu espaço?
Partilhar um fim-de-semana, uma semana, umas férias, enfim o tempo que souber bem.
Não sabe tão bem, estar de volta ao nosso sofá, à nossa play list, ter o comando da TV só para nós, rever pela vigésima quinta vez o “Nothing Hill”, ou beber uma garrafinha de “Miraval” com as amigas, a falarem todas ao mesmo tempo?!
Ele, lá há-de ter decerto os seus momentos, aos quais tantas vezes não achamos a menor graça, nem nos despertam o menor interesse.
E não … minha gente! Nada disto é falta de amor ou cumplicidade.
Nesta fase da nossa vida, já não queremos e parafraseando Samuel Beckett ,“tentar de novo, falhar de novo, falhar melhor”.
Queremos apenas ancorar a nossa vida, quando tivermos a certeza que chegámos a porto seguro e que, já não navegamos em mar revolto a bordo de uma simples canoa.
Definir as regras da relação, sem fazer batota, porque quebrar essas regras deve ser uma decisão a dois.
E quem sabe …. que desta forma tranquila, madura e sem pressa, possamos transformar dois mundos, num mundo só.
Tenho para mim que só seremos um bom par, depois de sermos um bom ímpar.