Relembrar o célebre setubalense de muito mérito Luís Gonzaga do Nascimento (1882 – 1970)

Relembrar o célebre setubalense de muito mérito Luís Gonzaga do Nascimento (1882 – 1970)

Relembrar o célebre setubalense de muito mérito Luís Gonzaga do Nascimento (1882 – 1970)

30 Setembro 2024, Segunda-feira
Custódio Pinto

Este texto não é apenas, para os “com juventude acumulada”, dinheiro ou beleza. É sobre quem te proporciona a capacidade de recordar os tempos de antigamente. Hoje vou escrever um pouco sobre a vida de Luís Gonzaga do Nascimento.
Filho de Luís José do Nascimento e de D. Emília de Jesus Solho, nascido em 1882 e falecido em 1 de setembro de 1970. Na sua residência, na rua Jorge de Sousa, no Bairro de Montalvão, a casa era um autêntico museu, um oceanário marítimo.
Em 1934, foi convidado pela Universidade Imperial do Japão para colaborar num estudo da Sociedade Oceanográfica Nipónica. Em Coimbra, participou num Congresso das Ciências, com o Professor da Universidade de Buenos Ayres.
Em 1936 fez parte do Boletim do Instituto Espanhol de Oceanografia. Possuía uma coleção de espongiários, idêntica à do Príncipe do Mónaco que eram consideradas as duas melhores do mundo.
A sua casa era muito visitada por cientistas estrangeiros, entre eles dois japoneses que foram recomendados por um Professor Fitologia da Universidade de Houston, na América do Norte e outros cientistas mundiais de várias Universidades do mundo. Ele descobriu um componente que criou uma composição para conservar os peixes em frascos que os mantinha sempre com as cores originais e os conservava.
Das suas várias obras e estudos, entre elas: “A Exploração Racional do Mar”, no que diz respeito à pesca de arrasto, “As Escolas de Pesca” e da sua formação cultural do pescador, “A Pesca e o Mar”; “O Roaz”; “A Lagosta”; Subsistemas da fauna ornitológica da Serra da Arrábida “Cetáceos de Portugal”; Sistemas de pesca antigos e modernos, Vários boletins que ele colaborava.
Foi vendedor de peixe e a continuação da profissão do pai, um armador de pesca (com botes e vapores do alto) e assim conseguiu as suas pesquisas e a captura das várias espécies de peixes.
Por decreto de 15-1-1904 o El-Rei D. Carlos concedeu-lhe o Grau de Cavaleiro de Ordem de Cristo e além desse decreto, foram as várias condecorações no país e no estrangeiro em 5-12-1942 pelo Governador Civil de Setúbal, Dr. Miguel Rodrigues Bastos.
O Museu da sua residência foi para os baixos da Biblioteca Municipal de Setúbal, conjuntamente com a Guarda Fiscal, com o seu espólio, com a promessa da edificação de um edifício próprio, no jardim da Beira-Rio, projecto este que não se concretizou e mais tarde na Arrábida, onde finalmente ficou o célebre museu Oceanográfico do setubalense de muito mérito Luís Gonzaga do Nascimento.
Era irmão do Chefe do Instituto Nacional de Conservas de Setúbal e sogro do comerciante José Eduardo Martins, conhecido na cidade e arredores com a alcunha de “Zé da Mota”.
E, assim nunca é demais recordar mais um setubalense de valor desconhecido por muitos e esquecido no tempo por outros.
Paz à Sua Alma.
Viva Setúbal

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