Obriga-me o respeito e gratidão por quem lê, não escrever sobre o que desconheço, limitando-me a dar a minha opinião. Nada sabendo de números ou estudos científicos, mas algo de factos e realidades, deixo as certezas para quem supostamente as sabe: Aeroporto no Montijo!
E diz quem sabe, que corre o risco de afundar. Contrariando; diz também quem sabe, que não; que é apenas uma questão de milhões. Que vai destruir o habitat, e nele, as espécies que o habitam ou visitam em migração. Mas quem sabe, diz que não é bem assim, que pode o impacto ser minimizado, tal como a alteração do meio ambiente, poluição e degradação do bem-estar das gentes da região. Basta apenas e de novo, mais uns milhões.
Pois eu, moro no Montijo e sou contra!
Para mim, a opção abandonada logo no início, Beja, seria a melhor. Porque já tem uma pré-estrutura abandonada, ajudaria a desenvolver uma região desprotegida, pobre, de população envelhecida, desprovida de investimentos e está mesmo, mais perto da mais turística região do país, o Algarve. E dela resultaria, um maior aproveitamento das infraestruturas rodoviárias, em que os nossos impostos foram investidos e cujo prejuízo, os governos se vêm queixando, em contratos feitos acima do real retorno conseguido. Mas principalmente, porque morando na região e nela tendo encontrado, nos braços abertos da sua gente, na tipicidade única da sua relação com o meio em que se insere, no equilíbrio ainda existente e já em risco, do seu comercio tradicional, na sua forma de ver e viver a tradição e harmonia com o Tejo, uma qualidade de vida já perdida, precisamente de onde provim, e a onde, o que diziam não a vir a destruir; afinal destruiu.
Reconheço, o imenso valor de quem nos chega de visita, ou como investidor e sendo apanágio nosso, bem recebemos como hospede. Mas preocupa-me muito mais o hospedeiro que o recebe: nós. Entendo até, as gulosas expectativas daqueles que veem já no futuro, a valorização de acções, e o engordar de suas contas, em aposta nas empresas que parecendo terem o dom da adivinhação, vêm há já um tempo a comprar e a construir o seu futuro, nas áreas adjacentes, seguros de uma certeza que só eles parecem ter. Vá-se lá saber como?
Confesso, ao ler o que acabei de escrever ter ficado assustado com o que penso. Serei populista…? Possivelmente sou; mas como ainda não entendi bem o que isso significa e parece-me ser um daqueles conceitos, que muda conforme as conveniências, prefiro pensar que sendo europeu, não me esqueço português primeiro, e montijense depois. E nos três planos Democrata. Como tal, e significando “Democracia”, o poder ao povo, com a, (e permitam-me ainda a esperança), construção do hipotético aeroporto no Montijo, tal como a exploração de minas de lítio em Montalegre, e todo e qualquer projecto, que significativamente alterasse o modo de vida do povo a onde se projecta, a ele, povo, a palavra decisiva, democraticamente deveria caber. E sob a única, democrática forma, de “Referendo Regional”.