É com muitas saudades que hoje recordo o São Martinho do antigamente, no dia 11 de novembro e que festejávamos na véspera à noite, num jantar com as célebres sardinhas escorchadas, salgadas e estripadas à mão, os rábanos, rabanetes, batatas cozidas, castanhas, batatas doces, tudo isto bem regado com a boa água pé.
Nesse dia os taberneiros, ofereciam aos fregueses e amigos água pé, enfim tradições que vão acabando. Mas recordar estas e outros costumes da minha, nossa juventude é Viver. Das várias “Sarmatinhadas”, lembro-me de uma delas, na garagem do meu tio Custódio já falecido, no Largo do Sapalinho, numa belíssima e inédita festa de São Martinho, com familiares e amigos, confraternização de cerca de 50 pessoas.
Após o jantar, uma óptima sessão musical, com bons fadistas acompanhados à guitarra e viola e com um belo conjunto de acordeonistas setubalenses, um deles o meu primo Custódio de Oliveira, Jaime Solho, Rogério Miguens Gonçalves, António Parente e o Vitorino, infelizmente todos já falecidos.
Durante o jantar o meu amigo Fernando Gomes Martins, lembrou-se de ir buscar a galera à garagem, de tal maneira que depois de bem comidos e bebidos, uns em cima da galera e outros a fazerem de cavalos, ainda demos umas voltas na Praça do Bocage, isto pelas 3 e 4 horas da madrugada, mas esta cena foi real, na véspera de São Martinho.
Quando sabíamos que havia jantar nesta data, à noite, à porta da residência, fazíamos um ‘X’ a carvão ou a giz e de manhã toda a gente ficava a saber que nessa casa houve “Sarmartinhada”. É bom relembrar estas histórias reais da nossa juventude e recordando vou sentido a Vida.
E ainda me lembro do refrão, que cantávamos, que era a seguinte quadra: “São Martinho à Lapa/ Amanhã há papa/Quem não bebe vinho, /É o São Martinho”.
E esta foi mais uma recordação da véspera do São Martinho do antigamente.
Viva Setúbal!