Recordo, da minha infância, as novenas, onde ia com a minha falecida mãe, na Nossa Senhora do Cais, no nicho da Santa, no Quartel do Regimento de Infantaria 11, em frente ao mar. Mais tarde foi transferida para o jardim da beira-mar da Junta Autónoma do Porto de Setúbal, também de frente para o rio.
A tradição dos setubalenses no mês de Setembro era a realização das festas em homenagem à Nossa Senhora do Cais, organizadas por um grupo de compradores e vendedores de peixe. Ainda me recordo de alguns e das suas alcunhas: O Foguete, Arrobas, Sanica, Saquete e o meu falecido pai, Jesuíno Pinto e outros de que já não me lembro.
As festas começavam em frente do Arco da Ribeira Velha e iam até ao Quartel do regimento de Infantaria 11, na Praça da República, no local que era conhecido pelo “Aterro”, onde hoje estão construídos vários edifícios públicos. Antes havia um barracão, salvo erro de madeira, que eram as instalações do Clube Naval Setubalense. Mais tarde foi construído um edifício do Naval, obra esta dos sócios, amigos e empresas, entre elas a Secil. Esta construção foi uma pequena e segunda edição da construção da maravilhosa obra, de que não há memória de outra igual: o Estádio do Vitória Futebol Clube, no Bonfim.
Nas festas da Nossa senhora do Cais, além da procissão, o programa festivo era muito aliciante e atractivo, com arraial, concertos musicais, provas desportivas e náuticas, serenatas no Rio Sado, fogo aquático e fogo preso.
Esta é mais uma pequena história das recordações da minha infância, da cidade do Rio Azul com uma das mais belas baías do mundo.
Neste inicio de ano eu faço um convite aos meus leitores para que olhem para o futuro com optimismo e para o passado com gratidão.
Viva Setúbal!