Nasceu em Lisboa, no dia 4 de dezembro de 1885. Filho de Luís Porfírio Trindade e de Maria Graciete Conceição Faria, Luís Faria Trindade, velho republicano, adotou Setúbal como a sua cidade. Em fevereiro de 1927, como jornalista foi preso, por motivos políticos, por ter tomado parte na revolução desse mesmo mês. Seria depois libertado em Julho desse ano.
Jornalista muito conhecido, por pertencer ao Jornal O Setubalense, esteve no Brasil, mas a vida nesse país foi muito complicada e mais tarde regressou a Portugal, onde em Lisboa desempenhou funções nos jornais “O Mundo” e “O Século”.
Em Setúbal, arrendou dois andares na Praça do Bocage, junto à Igreja de São Julião, onde instalou a redacção e administração do jornal, na rua do Diário O Setubalense, e no mesmo edifício a sede do Clube de Campismo de Setúbal. Recordo-me ainda que as oficinas do jornal eram também na Praça do Bocage, no Largo do Chiado, junto ao café Central e antes na rua Tenente Valadim e depois no r/chão na morada do senhor Luís Faria Trindade, num edifício de terceiro andar, próximo da Câmara Municipal de Setúbal. O senhor Trindade ocupava o primeiro e o segundo andar e os meus pais o terceiro andar. Éramos uns vizinhos muito amigos, mesmo como família que infelizmente, nos dias de hoje, não é tão comum. Lembro-me que quando tinha os meus 10/15 anos o senhor Trindade já me incentivava com o “bichinho” da notícia e dos acontecimentos da cidade, que imediatamente eu lhe transmitia e que ele muito me agradecia, o que cada vez me motivava mais.
Ele utilizava as duas janelas do primeiro andar, onde colocava dois placards com as notícias e as pessoas de regresso a casa, de uma maneira geral, estavam acostumadas a ler os acontecimentos de última hora da cidade através da janela, no Jornal O Setubalense. E, assim, recordo o jornalista e director do Jornal O Setubalense, com muito carinho e amizade o meu vizinho de infância e juventude Luís Faria Trindade.
Paz à sua Alma
Viva Setúbal!