Quando ao longo dos anos, se assistiu da indústria, e á instalação de novas unidades industriais, que terão sido a resposta às exigências e necessidades do mercado, nunca passou pela cabeça dos cidadãos que os seus actos, em conjunto com outros factores, teriam os seus efeitos negativos na vida e na saúde de muitos cidadãos, sendo encarados como sendo o preço do progresso.
De uma pacata vila piscatória de onde partiram navegadores para a saga dos descobrimentos, também Sines se tem vindo a tornar numa cidade industrial ao longo de quatro décadas, usufruindo das características portuárias únicas em Portugal, onde se tem vindo a instalar unidades industriais de alguma dimensão, que a par do desenvolvimento da ter- ra, a poluição gerada tem inevitavelmente contribuído para o aumento dos casos de cancro.
Não é aceitável que a qualquer preço as questões que dizem respeito à salvaguarda do meio ambiente, naquela que é hoje a cidade de Sines, não tenham sido previamente acauteladas, o que por um lado poderia inviabilizar algumas apostas industriais, mas por outro lado, iriam obrigar os autores de projectos de investimento, a apostarem em simultâneo na prevenção, como forma de evitar os efeitos nocivos na saúde dos cidadãos, e as suas repercussões no meio ambiente, onde vamos todos ter de pagar um preço.