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Porto Versus Odemira

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, Médico
12 Maio 2021, Quarta-feira
Mário Moura - Médico|

Os acontecimentos mais importantes da semana passada foram no meu ponto de vista a reunião presencial, realizada na cidade do Porto, dos lideres europeus apenas com três ausências, realizada por iniciativa da Presidência portuguesa da União Europeia.  Esta reunião teve ,alem de ser presencial, outras novidades como sejam a presença de lideres sindicais e patronais e tendo como tema quase exclusivo “os problemas sociais” nos países da Comunidade Europeia.  Foi talvez a primeira vez que os dirigentes dos países que constituem a C.E. se debruçam sobre a premência destes problemas que estão sem dúvida na base do bem estar  não só dos trabalhadores mas dos muito problemas sociais dependentes da globalização da economia. Da secundarização do trabalho face ao capital e aos  terríveis abismos entre classes sociais e à tendência centrifugadora dos pobres, doentes e desempregados para as periferias. É a primeira vez que se ultrapassam os problemas económicos, financeiros e especialmente especulativos. Assim  sai da reunião desta “Cimeira Social do Porto” um compromisso escrito sobre estes problemas que , como dizem os Bispos Europeus deve passar das declarações em papel para medidas concretas que deem corpo às preocupações de grandes camadas de europeus. E nomeio das discussões até se falou dum “rendimento básico universal” , certamente uma utopia !

E o segundo acontecimento que dominou os noticiários e que pouco tem avançado, foi o gravíssimo problemas dos imigrante de países longínquos e pobres explorados aos milhares nos trabalhos sazonais da nossa agricultura. Uma situação que tem já vários anos e que era silenciado pelas autoridades. Foi a pandemia que veio trazer à superfície e aos ecrãs das televisões as condições miseráveis em que vivem milhares de indianos, nepaleses e de outras origens igualmente longínquas. É uma agricultura intensiva, em estufas e não só, que tem momentos próprios para fazer as plantações e – especialmente – as colheitas quase todas para exportação. Mas ao trazer-se para a praça pública estas condições de vida precárias descobrem-se verdadeiros problemas de tráfico de humanos, e de abandono desses trabalhadores sem trabalho em certos períodos e sem verdadeiros apoios sociais e vivendo sem condições de vida indignas– não fora os números da pandemia e as autoridades competentes continuaram a manter esta situação que nos envergonha – será que nos salões da conferência do Porto se viram tais imagens?

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Que contraste entre as imagens das reuniões do Porto e as , por exemplo dos quartos onde viviam amontoados esses imigrantes que vinham dar alento à economia do nosso País! E quantas repartições, do trabalho, da imigração, sindicais e patronais, e quantas autoridades das freguesias, dos municípios, e dos ministérios, e porque não incluir, das várias religiões, que se calaram ou falaram tão baixinho que tais maleitas existem impunes já há vários anos – uma vergonha. Esperamos que agora se ponha termo a tais situações, certamente algumas a necessitarem de intervenção da Justiça ! Ou será necessário um milagre para que os cegos vejam, os surdos ouçam e os paralíticos andem?

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