Assinalamos a passagem do 49.º aniversário do 25 de Abril de 1974 e temos todos os motivos para o fazer.
Não só pela inegável importância histórica desta que foi a Revolução que nos trouxe a democracia da qual somos herdeiros, mas principalmente porque nesta condição, de herdeiros dos valores e princípios democráticos que a Revolução de Abril nos trouxe, importa cuidar, nutrir e fazer crescer o espírito e acção legada por todos os homens e mulheres que escolheram afirmar de forma corajosa a mudança necessária no nosso País.
Não bastará assinalar Abril em Abril, não será relevante comemorar sem perceber, não importará estarmos satisfeitos por Abril ter acontecido, se não soubermos manter os seus valores e preservar o seu legado diariamente.
Antes de Abril o medo, a guerra, a opressão, a censura e as desigualdades foram motivos, entre outros, para que muitos lutassem para que Abril trouxesse, justiça, paz, a democracia, o Serviço Nacional de Saúde, o associativismo livre, a educação plural, o Voto Universal e o Poder Local Democrático.
Chegados ao dia de hoje, é determinante dizer que Abril está vivo e que permanece, em cada um de nós, a vontade de o reafirmar diariamente, com reforçada energia para igualmente lutarmos contra o seu incumprimento e contra as tentativas de retrocesso democrático que disfarçadamente, ou talvez não, iludem, de forma populista quem só se contenta por Abril ter acontecido.
É, pois, o apelo à acção democrática pela justeza de um Abril cumprido que nos deve levar à rua, que nos deve comprometer social, cultural e politicamente no nosso quotidiano, enquanto agentes que somos capazes de cumprir Abril. Todos os dias serão Abril se assim o quisermos! E queremos!