Setubalense e apaixonada pela poesia, Isalita Pereira compôs um conjunto de estrofes dedicado aos capitães de Abril em homenagem aos “heróis e guardiães” do 25 de Abril de 1974. A poeta escreveu a O SETUBALENSE, apresentando o seu projecto “Coluna dos Cravos da Liberdade”, em homenagem aos capitães de Abril, que envolve vários jornais regionais de todo o País.
Com o desejo de criar um projecto em que pudesse homenagear os heróis da resistência durante a Segunda Guerra Mundial, em Portugal ou na Alemanha, onde nasceu e viveu até 2007, a historiadora aproveitou a sua ligação à cidade de Setúbal para escrever sobre um cravo da liberdade, que faz a ligação entre a cidade do Sado e a revolução histórica que celebrou no passado dia 25 de Abril cinquenta anos.
Cravo da Liberdade –
De Setúbal para Lisboa
Sou a Cidade dos Golfinhos.
Com belos cantinhos.
Muita História vivida.
No Coração jamais esquecida.
O Bem – adoro recordar:
Às Novas Gerações contar!
25 de Abril de 1974 –
Um Dia muito especial.
Somente existe em Portugal.
Capitães de Abril –
Suas Vidas arriscaram.
Com Coragem –
Liberdade da Ditadura salvaram.
Jovens – Não olharam à idade.
Atuaram com Honra e Solenidade.
Com Orgulho recordo o Passado.
Ao Mundo conto o seu Fado:
Na escura Noite da Ditadura.
A Coragem começou perigosa Aventura.
Duas Senhas –
Sinal Vermelho! – Obediência!
Escolheram – Consciência!
Não à Rendição!
Avançar! – Revolução!
Capitães de Abril –
À Nação consagraram Vitória.
Para Portugal e o Mundo – escreveram História!
Setúbal –
Cidade dos Poetas e Escritores.
Oferece um Cravo de inspiradores Louvores.
Com a Recordação homenagear.
A conquista de Nova Era festejar.
Cavaleiros, Heróis e Guardiães –
Espingarda com Cravo,
para sempre Nossos Capitães.
Uma história que partilha pela poesia
Isalita Pereira fez a sua formação em História na Universidade de Frankfurt. Ao longo das suas vivências foi desenvolvendo também a paixão pela escrita, tendo sido em 2018 que escreveu o poema “Coluna dos Cravos da Liberdade”, em homenagem aos capitães de Abril.
Coluna dos Cravos da Liberdade
Na escura noite da Ditadura –
A coragem começou uma aventura.
Movimento das Forças Armadas –
Para Novos Tempos foram designadas.
“… o estado a que chegámos.” – Decisiva declaração.
O princípio do fim pronunciado com convicção.
Coluna Militar – Secreta nas Estradas.
Novas Ordens bem guardadas. Escola Prática de Cavalaria –
De Santarém para o Terreiro do Paço.
Entre Triunfo e Fatalidade decisivo Passo.
No Posto Comando da Pontinha começaram.
A Emissora Rádio Clube Português ocuparam.
Capitães suas vidas arriscaram.
Com Esperança duas senhas lançaram.
No silêncio na rádio entoaram.
Para sempre – na memória ficaram.
“E depois do Adeus” começou a História.
“Grândola Vila Morena” cantou Vitória.
De madrugada a Lisboa chegaram.
Com armas e coração rezaram.
Pararam ao sinal encarnado.
Porém, já tinham muito caminho andado.
Lenço Branco contra a Guerra elegeu.
Decisão de Vida à Ordem desobedeceu.
A Liberdade, ninguém consegue prender.
A Verdade tem a Justiça para crer.
O País em nome da Pátria defenderam.
Com a História de Portugal venceram.
No Quartel do Carmo a Ditadura se refugiou.
Cavaleiros, Guardiães e Heróis da História de Portugal
Com a Palavra reviver a Revolução dos Cravos
Coluna Militar de Santarém para Lisboa
Noite de 24 para 25 de Abril de 1974
Porém, a hora da Queda do Estado Novo se pronunciou.
No glorioso 25 de Abril aconteceu.
A Revolução dos Cravos nasceu.
Capitães de Abril – com a Ditadura acabaram.
A Portugal – a Democracia consagraram.
Da Coluna Militar à do Cravo Encarnado.
Ofereceu a Portugal a Solene Liberdade.
No fim do dia ficou o pensar:
O Passado não se consegue apagar.
Na Esfera da alegria o recordar:
Saudade das Vidas, que se perderam a lutar.
Capitães de Abril – Coragem e Liberdade.
Jovens não olharam à idade.
Vossas Vidas com Coragem arriscaram.
Em nome de Portugal lutaram.
Perante o perigo entre Vida e Morte –
A certeza do escolhido Fado… era mais forte.
Com ousadia e convicção – olhar firme! – enfrentaram canhões.
Humilde seriedade – Honrado símbolo para sempre nos corações.
A Bandeira se hasteou, a Portuguesa se cantou.
Nova Era a Portugal se consagrou.
Cavaleiros, Heróis e Guardiães –
Espingarda com Cravo, para sempre Nossos Capitães.
25 de Abril de 1974,
Revolução dos Cravos.
Apesar de se denominar de Secreta Poeta, a filha de emigrantes na Alemanha, onde viveu até 2007, gosta de partilhar a sua história, como faz através do poema ‘Biografia da Secreta Poeta’.
Biografia da Secreta Poeta
O Destino ninguém conhece.
É Deus que a Vida oferece.
Desde a Infância que adoro escrever:
O Mundo dos Livros e seu Saber.
Em Frankfurt am Main para a Universidade fui estudar.
Os estudos com a Licenciatura consegui finalizar:
Licenciada em História.
Porém, Recordação na Memória.
De “Asas para voar” sempre sonhei:
Hospedeira de Terra –
No Aeroporto de Frankfurt Novos Mundos encontrei.
Acontece –
A Saudade da Histórica Poesia a chamar.
Pequena Aventura –
Caneta Pena decidiu perdoar.
Com Tinta no Papel novamente a dançar.
Do Aleluia ao Réquiem infinito o pensar.
Dó, Ré, Mi ….
O Piano também requer atenção.
Poesia com Música que bela União.
Em Terras longínquas deixei o Berço.
Nova Pátria?
Em Terras Lusitanas rezo o Terço.
Da Alemanha para Portugal.
Na Vida misterioso o Roseiral.
Biografia à procura do seu Cantinho.
Somente Deus Senhor conhece o Caminho.