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PENSAR SETÚBAL: O Covid-19 e a China (Parte IV)

PENSAR SETÚBAL: O Covid-19 e a China (Parte IV)

PENSAR SETÚBAL: O Covid-19 e a China (Parte IV)

, Professor
27 Abril 2020, Segunda-feira
Giovanni Licciardello - Professor

Concluímos hoje um conjunto de crónicas sobre o Covid-19 e a China.

De acordo com a revista QI News, nos anos 80, a China iniciou a produção e a criação de animais selvagens, com o apoio e incentivo do governo, que aprovou a Lei dos Animais Selvagens como sendo “Recursos Naturais da Propriedade do Estado” e regulamentou as respectivas actividades.

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Logo, a domesticação e criação de espécies de animais selvagens, foi incentivada. E assim nasceu uma indústria. As pequenas produções locais tornaram-se grandes empreendimentos industriais altamente lucrativos.

Todos estes animais começaram a ir parar aos mercados, vivos para venda e consumo das populações. Esta indústria agora legal de comércio de animais selvagens, começou a servir uma outra indústria, esta ilegal, de comércio de espécies ameaçadas de extinção. Espécies como tigres, rinocerontes e pangolins.

Quanto maior for o número e a diversidade de espécies animais concentrados no mesmo local, maiores são as probabilidades do surgimento e propagação de doenças, tais como vírus.

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Estes são vírus zoonóticos, ou seja, comunicam-se dos animais para os seres humanos.

E daí que aconteceu o inevitável; em 2003, surgiu um surto de SARS, um coronavírus relacionado com a Síndrome Respiratória Aguda Grave.

Na altura, os cientistas encontraram vestígios do vírus em civetas, que eram comercializadas nos mercados; daí que as autoridades chinesas encerraram os mercados e proibiram imediatamente a criação de espécies selvagens.

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Mas apenas uns meses depois da propagação do surto, as autoridades chinesas declararam que era afinal legal a criação de 54 espécies de animais selvagens, incluindo as próprias civetas.

Quais são então alguns exemplos de animais que são consumidos na China? cães, gatos, ratos, hamsters, cangurus, civetas, javalis, porcos da Guiné, esquilos, crias de lobo, raposas, doninhas, texugos, guaxinins, martas, visons, morcegos, pangolins, macacos, ouriços cacheiros, burros, veados, ursos, cobras, tartarugas, crocodilos, avestruzes, aves de rapina, sapos, centopeias.

Ou seja: uma mistura explosiva para o Covid-19.

Depois do surto e da propagação do Covid-19, a China pretende deixar rapidamente de ser o problema e passar a ser a solução; envia grandes quantidades de material de protecção, e assim procura desviar a atenção da opinião pública para as gravíssimas responsabilidades que tem, nesta matéria.

Contudo, o problema de fundo continua por resolver. O Governo chinês tem o dever de colaborar com diversas entidades internacionais, o que dificilmente irá acontecer, dada a falta de transparência e omissão recorrente de informação credível por parte do regime comunista chinês.

Parece-me evidente que estão a omitir informações relevantes, relativamente a toda esta problemática.

Seja como for, se não for travada a comercialização de animais selvagens, a juntar ao SARS e ao Covid-19, surgirão inevitavelmente outros vírus.

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