PENSAR SETÚBAL: O Coronavírus e algumas reflexões

PENSAR SETÚBAL: O Coronavírus e algumas reflexões

PENSAR SETÚBAL: O Coronavírus e algumas reflexões

, Professor
23 Março 2020, Segunda-feira
Giovanni Licciardello - Professor

Quase tudo tem sido dito relativamente ao Coronavírus, (Covid-19); a sua perigosidade, a sua elevada taxa de transmissibilidade, as medidas profilácticas que foram e que estão a ser obrigatoriamente tomadas, etc.

Uma primeira reflexão vai directamente para todos profissionais (de saúde, seguranças, supermercados, transportes, etc.) que asseguram todos os serviços indispensáveis. Não existem palavras suficientes para lhe expressarmos o nosso mais profundo apreço, agradecimento e gratidão por tudo aquilo que têm vindo a fazer, procurando dar sempre o seu melhor, em todas as circunstâncias.

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Um enorme Bem Hajam para todos vós.

A segunda reflexão vai para os procedimentos de carácter preventivo que têm vindo a ser tomados, local e globalmente, procurando condicionar a propagação do Covid-19.
A terceira reflexão é de carácter político. As nossas democracias pluralistas parecem condicionadas na capacidade, eficácia e rapidez de resposta, nestas alturas de crise.
Nestas ocasiões, a tentação de um poder autocrático pode ser mais apelativa.

É uma ilusão.

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As ditaduras convivem muito mal com a verdade. Procuram minimizá-la, camuflá-la, recorrendo à mentira, ao embuste, à mistificação. E à repressão.

Vejam-se os casos emblemáticos da China e do Irão.

Relativamente à China, de acordo com a organização Humans Right Watch, “a resposta do Governo chinês ao surto de coronavírus foi inicialmente atrasada ao ocultar informações do público, subnotificar casos de infecção, subestimar a gravidade da infecção e desconsiderar a probabilidade de transmissão entre humanos”, afirmou a HRW em comunicado.

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O escritor Mário Vargas Llosa criticou abertamente o comportamento do governo chinês pela demora na informação e imediatamente as suas obras desapareceram nas vendas pela Internet, bem como uma redução drástica dos seus livros nas livrarias.

Quanto ao Irão, as autoridades iranianas negaram sempre a magnitude do problema. Contudo e de acordo com o jornal Washington Post, através de imagens de satélite visionadas, terão começado a escavar grandes valas, destinadas a sepultar o número crescente de vítimas mortais do Covid-19, na região.

Pelo contrário, a Democracia tem de contrapor ao autoritarismo, a autoridade democrática, sustentada na verdade e na transparência. Não devemos ter receio de exercer a autoridade, precisamente porque ela é democraticamente legitimada.

A quarta e derradeira reflexão vai directa para a nossa Humanidade, e a forma como o Covid-19 nos faz parar para reflectirmos quais são os nossos limites, a capacidade de percepcionarmos a nossa pequenez e fragilidade, de sermos capazes de sair da nossa construção mental e emocional habitual, para um pensar e sentir mais global, com a corrente da fraternidade humana que nos faz ser mais fortes e confiantes, perante esta adversidade.

Um grande abraço para todos.

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