A minha filha Leonor perfez em Outubro deste ano de 2019, 25 anos de idade. Os mesmo de vida, que de sócia do Vitória.
Aliás, antes mesmo de ter sido registada, já eu tinha feito do percurso entre o Hospital de S. Bernardo, onde nasceu, até à gestão de sócios, para que fosse feita associada do Vitória Futebol Clube. Só depois é que fui à Conservatória do Registo Civil.
Tal como aconteceu com as restantes irmãs, Madalena e Vera.
Um dos momentos que a Leonor recorda com muita saudade e alegria, foi em Maio de 2005, no Estádio Nacional, onde o Vitória venceu o Benfica por 2-1, golos de Manuel José e de Meyong, conquistando com muito mérito aquela que seria a sua terceira Taça de Portugal. O treinador era José Rachão. A Leonor tinha 10 anos.
Outro momento que recorda também com muita satisfação, foi em 2008, quando o Vitória venceu o Sporting por 3-2, conquistando a primeira Taça da Liga, no Algarve, no prolongamento e desempate por grandes penalidades, onde o guarda-redes Eduardo foi o herói da noite, defendendo três penaltis.
Marcaram pelo Vitória, Auri, Elias e Cláudio Pitbull. O treinador era Carlos Carvalhal. A Leonor tinha 13 anos.
Nesse dia, em Abril, no Algarve, fazia um frio de rachar.
Durante a Gala do 109º Aniversário do Vitória Futebol Clube, realizada a 20 de Novembro de 2019, a Leonor recebeu in absentia, o emblema de sócia de prata do nosso Enorme Vitória Futebol Clube, uma vez que se encontra a fazer o Doutoramento na Universidade de Birmingham, em Inglaterra, motivo pelo qual tive de ser eu a receber o seu emblema de sócia do Vitória.
Portanto, é uma cidadã do Mundo. Fez Erasmus na República Checa e mestrado em Dundee, na Escócia.
Em Maio deste ano, deslocou-se à Índia para assistir a um casamento de uma amiga indiana, que conheceu em Dundee.
Visitou Goa e pôde constatar a proverbial simpatia e afecto que os goeses ainda nutrem pelos portugueses, cinquenta e oito anos após termos sido obrigados a deixar a região, em circunstâncias dramáticas, e esse território passar a fazer parte da União Indiana, como seria historicamente expectável.
A Leonor conheceu cidadãos goeses com apelidos portugueses, ostentando-os com muita satisfação e orgulho.
Com a sua permanência no estrangeiro, como Pai, sou invadido por uma série de sentimentos ambivalentes, desencontrados e aparentemente contraditórios.
Se por um lado, gostava de tê-la mais perto, compreendo perfeitamente que com a evolução das nossas sociedades, provocada pela globalização, os nossos jovens deixam muitas vezes o nosso país, na demanda de melhores condições que não encontram, infelizmente, no país de origem.
Todavia, considero ser um perfeito desperdício de energias e de recursos, deixarmos que os nossos jovens mais qualificados saiam para o estrangeiro, colocando os seus talentos noutro local, que agradecem o esforço e que os aproveitam.
Esbanjar dinheiro dos contribuintes portugueses a formar quadros condenados à emigração, é o investimento mais ruinoso que se pode fazer.
Mas isso são contas de outro rosário. Hoje é da Leonor e do Vitória que estou a falar.
A Leonor assistiu em directo, via Facebook, à Gala de aniversário do nosso Vitória e viu o Pai a receber o seu emblema de prata, com muita alegria e emoção.
Ser vitoriano é ser setubalense duas vezes. Não nos devemos nunca esquecer disso.
Os votos sinceros de um Feliz Natal e de um próspero Ano Novo de 2020.