No dia 13 de Setembro João Pereira Bastos, director do Fórum Luísa Todi, teve amabilidade de convidar-nos a assistir a um espectáculo de Dança e de Canto Lírico, inserido no projecto Portugal Ópera, do qual é um dos principais responsáveis e realizado no Centro de Congressos do Estoril.
Conhecendo a personalidade de João Pereira Bastos, a sua inteligência, sentido ético, bom gosto e enorme experiência no campo da música, logo tive a percepção que este projecto Portugal Ópera seria algo de elevada qualidade.
Pelos vistos, não me enganei. O projecto Portugal Ópera – Turismo Cultural para Portugal e de Portugal para o Mundo, em co-autoria com Luís Henriques Cavaco, baseia-se na observação e análise de práticas semelhantes realizadas com sucesso em importantes destinos culturais da Europa, da América e do Oriente.
A selecção do público alvo centraliza-se na procura de pacotes de destinos turísticos, com objectivos não só direccionados ao lazer, mas alicerçados também em nichos de mercado de elevado nível, no que respeita à cultura musical e ao poder de compra. São bons exemplos Inglaterra e Estados Unidos no que respeita a ópera e ainda Itália, França, com destaque sobretudo para a ópera de que Milão, Roma, Verona e Caracalla são exemplos modelares. Na vizinha Espanha, a ópera com grandes elencos nacionais e internacionais, eleva a oferta, não só em Barcelona e Madrid, mas também noutros centros culturais relevantes.
No Oriente, o Festival Internacional de Música de Macau, que João Pereira Bastos dirigiu durante os últimos oito anos de administração portuguesa, é exemplar como atracção turística para quem visita o território chinês.
A estratégia e a missão da PORTUGAL ÓPERA veiculam como vector principal a utilização da “marca” Portugal, como alicerce de posicionamento e reflecte uma afirmação global do nosso país para o mundo e, dessa forma, como suporte para a sua estrutura e para o seu funcionamento, de modo a potenciar o fortalecimento do talento artístico dos músicos, cantores, encenadores, cenógrafos e figurinistas a envolver no projecto; num todo criativo que englobará artistas portugueses e de outras nacionalidades, sempre tendo como referência a máxima qualidade das suas realizações.
E assim sendo, tivemos o privilégio de assistir a um excelente espectáculo, no Estoril, onde participaram os bailarinos Solange Melo e Fernando Duarte (que estudou na Academia de Dança Contemporânea de Setúbal) e os cantores líricos Bárbara Barradas e Luísa Gomes, acompanhados ao piano por João Paulo Santos.
João Pereira Bastos teve ocasião de elencar as quatro principais “forças motrizes” deste projecto: ópera barroca, ópera clássica, música contemporânea e música e opereta.
Eu considero-o um setubalense cá dos nossos. Embora não tenha nascido, nem vivido grande parte da sua vida em Setúbal, é, claramente, um setubalense, em virtude da excelência do trabalho que tem desenvolvido no panorama musical setubalense, contribuindo decisivamente para o enorme salto de qualidade nesse domínio.
A Câmara Municipal de Setúbal fez uma excelente escolha quando convidou João Pereira Bastos para o desempenho do cargo de director do Fórum Luísa Todi, tal a enorme qualidade do seu trabalho.
Para mim, como setubalense que sou, a sua presença como um dos principais responsáveis do Portugal Ópera, constitui motivo de satisfação e orgulho.
Meu caro João Pereira Bastos, muitos parabéns e estou perfeitamente convicto que o Portugal Ópera, pelas suas talentosas mãos, será inevitavelmente um enorme sucesso.