PENSAR SETÚBAL: Fernão de Magalhães

PENSAR SETÚBAL: Fernão de Magalhães

PENSAR SETÚBAL: Fernão de Magalhães

, Professor
9 Dezembro 2020, Quarta-feira
Giovanni Licciardello - Professor

“Prestar homenagem a este homem de terra portuguesa, este homem incrível que foi Fernão de Magalhães, também é uma homenagem aos viajantes, aos expedicionários e a todos aqueles que não hesitam em atrever-se a ir mais além. É uma viagem para a qual todos somos chamados a enfrentar com optimismo, esperança e entusiasmo para superar todos os nossos “estreitos” e alcançar tudo o que nos propomos.”

Pedro Pablo Diaz, embaixador do Chile em Portugal

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Durante toda a minha escola primária, a professora Maria Luísa Carvalho, durante a aulas de aprendizagem da História de Portugal, valorizava as nossas grandes personalidades e os respectivos feitos, colocando Portugal nos píncaros da História e da sua inevitabilidade perante os desafios passados e presentes.

Essa lógica de valorização do orgulho e da conservação da terra, era, aos olhos de um miúdo, perfeitamente incontornável. O império do Minho a Timor.

Quando chegava a casa, meu Pai limava cuidadosamente as arestas. Como bom italiano que era, lembrava-se da má experiência colonial transalpina, com a perda da Líbia, Etiópia, Eritreia e Somália, ocorridas após a Segunda Guerra Mundial.

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Quando mencionava Gil Eanes, Bartolomeu Dias, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, Francisco de Almeida, Afonso de Albuquerque, meu Pai invariavelmente retorquia “Non dimenticare mai Magellano” (nunca esqueças Magalhães).

Fernão de Magalhães foi, de facto, um dos mais notáveis e extraordinários navegadores e descobridores mundiais, que nos deu o privilégio e o orgulho de ser português.

Neste ano de 2020, comemoram-se os 500 anos de um dos acontecimentos mais significativos do mundo, que constitui a primeira viagem de circum-navegação, levada a cabo por Fernão de Magalhães, que ficou imortalizado pela descoberta de um estreito natural navegável – Estreito de Todos-os-Santos – ao sul do Chile, que hoje ostenta o nome de Estreito de Magalhães e que liga os oceanos Atlântico e Pacífico.

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Por recusa de D. Manuel I em financiar o seu projecto, Magalhães apresentou sua ousada proposta a Carlos V de Castela de uma rota alternativa para alcançar as cobiçadas Ilhas Molucas, localizadas na actual Indonésia, que eram ricas em especiarias.

Como, na época, era Portugal que dominava o caminho marítimo oriental que era utilizado para chegar à região, o navegador propôs que fosse feito um percurso ocidental alternativo, contornando-se as Américas.

Fernão de Magalhães, em conjunto com o seu sócio, o cosmógrafo português Rui Faleiro, partiu a 20 de Setembro de 1519, com cerca de 240 homens distribuídos por cinco caravelas.

Em Abril de 1521, na região das actuais Filipinas, Magalhães morreria durante um confronto com os nativos. Caberia ao novo capitão, o espanhol Juan Sebastian Elcano comandar as duas caravelas restantes em direcção às Ilhas Molucas, aonde chegaram em Novembro de 1521, depois de vinte meses de viagem.

Em Maio de 1522, atravessaram o Cabo da Boa Esperança, somente com o último navio, trazendo a bordo os dezoito homens sobreviventes, que só chegaria a Espanha no dia seis de Setembro de 1522.

A viagem de Fernão de Magalhães é um feito notável, que consubstancia um forte conhecimento científico e técnico, uma força inovadora na ânsia da exploração, de podermos ir mais além, muito mais além do impensável.

Mas não do querer, da vontade e da imaginação.

Em sentido mais lato, os Descobrimentos Portugueses foram uma das mais ousadas e importantes epopeias na história da Humanidade.

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