Um dos aspectos de aprecio na democracia nos Estados Unidos da América (EUA), é a existência de uma imprensa livre, onde o limite estabelecido é a responsabilidade individual dos jornalistas.
Uma das estações televisivas (passe a publicidade) que recorro nestas ocasiões é a CNN, com toda a dinâmica associada, comentários, debates, evolução dos resultados, previsões, gráficos, tabelas.
Vários comentadores colocaram o dedo na ferida, relativamente ao desempenho de Donald Trump, à sua personalidade e ao seu comportamento errático.
Quanto a mim, acho-o um indivíduo façanhudo, destituído de educação de base, carências intelectuais e culturais evidentes, desequilíbrios psicológicos e emocionais, uma incapacidade em avaliar as consequências das sua atitudes e procedimentos; e um fascista inveterado.
Não teve a decência de telefonar ao presidente eleito Joe Biden para lhe dar os parabéns, fazer uma declaração ao país, assumindo publicamente a derrota, ou sequer preparar formalmente o terreno para a transição de poder.
Donald Trump é uma catástrofe ambulante, tão ao gosto da Rússia de Putin e da China comunista de Xi Jinping. Até à presente data, nenhum deles contactou Joe Biden para lhe dar os parabéns.
Quanto a Trump, sai pela porta dos fundos da Casa Branca, sem honra, nem glória e não deixa saudades nenhumas.
Nestas eleições de 2020, pela primeira vez na história dos EUA, o lugar de vice-presidente foi atribuído a uma mulher, a senadora Kamala Harris.
A circunstância de ser de origem indiana, pela parte materna e negra, pela paterna, configura uma evolução na sociedade americana, tal como foi a eleição de Barack Obama, no passado recente.
Todavia, em minha opinião, a principal relevância reside em ser precisamente uma mulher.
Uma sociedade afere-se também pela forma como as mulheres se inserem. Quando pensamos em muitos países africanos, do Médio Oriente, ou asiáticos, constatamos que ainda existe um longo e árduo caminho a percorrer, relativamente aos direitos das mulheres.
E, portanto, o facto de Kamala Harris vir a ser a futura vice-presidente norte-americana, serve também como uma forma de fazer pedagogia, através da força do exemplo, nomeadamente para essas partes do mundo onde as mulheres são menorizadas.
Por diversas vezes tive ocasião de ouvir a senadora, que me perece ser uma pessoa bastante inteligente, consistente e assertiva. E bonita.
Quanto ao presidente recém-eleito Joe Biden é um veterano da política.
Entre 1973 e 2009, exerceu seis mandatos consecutivos como senador pelo Estado de Delaware, sendo um dos mais jovens senadores na história dos EUA.
Nessa qualidade, liderou os esforços para aprovar legislação contra o crime violento e a violência contras as mulheres.
Biden concorreu, sem sucesso, à nomeação democrata para as eleições presidenciais de 1988 e 2008.
Em 2008, foi escolhido como candidato a vice-presidente pelo senador Barack Obama, tendo ambos sido eleitos por dois mandatos consecutivos (2008-2012 e 2012-2016).
Em 2015, Joe Biden anunciou que não iria concorrer à presidência nas eleições de 2016, tendo sido escolhida Hillary Clinton.
Em Janeiro de 2017, recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade.
Apenas três curiosidades finais. Joe Biden é o presidente mais idoso (77 anos), o mais votado (77 milhões) e o segundo de religião católica (o primeiro foi John Kennedy).
Cabe a Joe Biden tornar os EUA normais outra vez, após os desvarios do seu antecessor.
Dear president elected Joe Biden; can America be normal again?