Hoje vou escrever sobre um acontecimento que me enche de um indisfarçável orgulho e de uma enorme emoção.
Ontem, 20 de Novembro de 2022, recebi gostosamente o emblema de ouro, correspondente aos cinquenta anos de sócio do nosso amado Vitória Futebol Clube.
Ao longo destes 15 anos que mantenho este espaço de opinião, escrevi centenas de crónicas sobre o Vitória. E irei escrever ainda muitas mais.
Em 2014 juntei todas as que tinha escrito até aquela data e redigi aquele que viria a ser o meu primeiro livro intitulado “Crónicas Vitorianas”, com o prefácio ao antigo presidente da República de Cabo Verde, Jorge Fonseca, um assumido vitoriano do coração.
Nunca me irei fatigar de escrever sobre o meu e o nosso amado clube.
Quando falo do Vitória entro imediatamente numa dimensão afectiva; Amor, Paixão, Orgulho, Emoção, Carinho.
Tristeza também, desgosto, mágoa e desalento. Mas hoje não; não é disso que quero falar.
Sou um setubalense e um vitoriano. Ser vitoriano é ser setubalense duas vezes, a dobrar.
Somente uma paixão muito forte me pode provocar esta intensidade de emoções transbordantes, como aquela que sinto pelo nosso querido e amado Vitória.
Desde que me lembro sempre fui do Vitória. Não tenho outro clube, nem sinto necessidade disso.
As minhas três filhas são sócias do Vitória desde que nasceram. A Leonor já é sócia de prata, recebendo o respectivo emblema em 2019. A Madalena e a Vera para lá caminham rapidamente.
A primeira recordação que tenho e onde teve início o meu vitorianismo, foi em 1965 quando o meu avô Carlos, vitoriano indefectível, começou aos gritos, levantou-me no ar e fomos para a rua. O Vitória Futebol Clube tinha acabado de vencer aquela que seria a sua primeira Taça de Portugal, vencendo o Benfica por 3-1.
A partir daí, ser vitoriano foi algo de intrinsecamente estrutural do meu ser, como se fosse uma segunda pele.
Ao longo dos anos sessenta a setenta, o Vitória Futebol Clube foi um dos mais prestigiados e categorizados clubes portugueses. Com os anos oitenta, noventa e já neste século, foi sempre um clube que nos foi dando algumas alegrias.
Vice-campeão nacional, três Taças de Portugal, uma Taça da Liga, Mini-Copa do Mundo, Taça Teresa Herrera, Supertaça Ibérica, diversos troféus Ibéricos, Troféu Villa do Gijon (1966), Taças Ribeiro dos Reis (5 vezes) e Prémio “Fair-Play Colectivo” da Liga PFP (3 vezes consecutivas), para além de inúmeras participações nas competições europeias de futebol.
Sempre fui um Setubalense e um Vitoriano indefectível. Pertenci aos órgãos sociais liderados por Fernando Oliveira, nomeadamente no Conselho Vitoriano, tendo sido seu presidente em 2013 e 2017.
Procurei sempre defender os superiores interesses do Vitória Futebol Clube.
Não consigo conceber a minha vida sem o Vitória. Se o perdesse, ficaria sem a Alma e uma grande parte de mim próprio.
Um dos momentos mais altos do meu percurso vitoriano ocorreu em 2019, quando recebi com muito orgulho, humildade e emoção o galardão “Golfinho Verde”, atribuído pela Valoris Fidelis Causa (VFC), na vertente “dedicação”, das mãos do seu presidente, esse grande vitoriano que é Nicolau Tavares.
E, portanto, no dia 20 de Novembro de 2022, aí estive eu na cerimónia evocativa dos 112 anos deste notável e prestigiado clube que é o Vitória Futebol Clube, acompanhado pela minha Mãe, e pelas filhas Madalena e Vera. A outra filha Leonor, assistiu à cerimónia pelo telemóvel, uma vez que se encontra em Inglaterra.
Aproveitei a ocasião e efectuei uma pequena reflexão sobre o enorme significado simbólico que significa para todos nós, vitorianos, receber os emblemas que correspondem a um Amor intenso, profundo e prolongado pelo nosso clube do coração, o ENORME VITÓRIA FUTEBOL CLUBE, orgulho de toda uma cidade e de toda uma região.
Gostaria de ter um estádio novo, que o clube se modernizasse, estabilizasse financeiramente, apostasse fortemente na formação das camadas jovens, e que, de uma forma definitiva, regressasse ao lugar que é seu e do qual nunca, em circunstância alguma, deveria ter saído.
O Vitória Futebol Clube é uma força avassaladora, um vulcão adormecido que tarda a entrar em erupção.
Quando isso acontecer, segurem-se porque ninguém nos segura.
VIVA O VITÓRIA.21