PENSAR SETÚBAL: Carta a Carlos Silva

PENSAR SETÚBAL: Carta a Carlos Silva

PENSAR SETÚBAL: Carta a Carlos Silva

, Professor
3 Abril 2023, Segunda-feira
Professor

Caro Carlos Silva

Em primeiro lugar, começo por dar-lhe os parabéns pela sua reeleição. No dia 26 de Março fiz questão de estar presente e de votar na sua (nossa) lista.

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O facto de somente concorrer uma lista a sufrágio não lhe retira brilho, nem mérito. Pelo contrário, reforça-os constituindo indicadores de dificuldades potenciais e as pessoas pensam duas vezes antes de apresentarem formalmente candidaturas.

Afigura-se-me da mais elementar justiça dar-vos aqui, neste espaço, um voto de amizade, agradecimento, reconhecimento e gratidão pela forma empenhada, determinada e corajosa com que, em 2021, agarraram esta prestigiada instituição que é o ENORME Vitória Futebol Clube.

Havia gente que vaticinava o fim do clube; havia gente que já tinha baptizado o novo clube.

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O Vitória tinha acabado de descer administrativamente, decorrente das gestões de Vítor Hugo Valente e, sobretudo, de Paulo Gomes.

Foram necessárias grandes doses de vitorianismo e um pouco de loucura.

 

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Hoje, passados três anos, temos um investidor, Hugo Pinto, as dívidas à Autoridade Tributária, à Segurança Social, os PER’s do clube e da SAD, os ordenados de todos os funcionários, incluindo plantel e equipa técnica, fornecedores, etc. estão a ser devidamente regularizados.

O clube está progressivamente a estar mais tranquilo, estável.

O facto do investidor Hugo Pinto fazer também parte da direcção eleita, é claramente um excelente indicador, a fim de evitarmos os divórcios tantas vezes existentes entre clubes e SAD’s, com efeitos tantas vezes perniciosos e contraproducentes.

Os actuais órgãos sociais eleitos estão repletos de grandes vitorianos que conheço muito bem e que me dão garantias absolutas de empenho, dedicação e vitorianismo.

Data Nome Mandato
1995 -1997 Justo Tomás Completo
1997 -1998 Justo Tomás Incompleto
1998 – 1999 Sousa e Silva Incompleto
1999 Henrique Cruz Comissão de gestão
1999–2001 Jorge Goes Completo
2001–2003 Jorge Goes Incompleto
2003–2006 Chumbita Nunes Completo
2006–2007 Jorge Santana Incompleto
2007 Carlos Costa Comissão de gestão
2008 Luís Lourenço Comissão de gestão
2009 Fernando Oliveira Comissão de gestão
2009–2012 Fernando Oliveira Completo
2012–2014 Fernando Oliveira Incompleto
2014–2017 Fernando Oliveira Completo
2017 Fernando Oliveira Incompleto
2017–2019 Vítor H. Valente Incompleto
2020 Paulo Gomes Incompleto
2020 Paulo Rodrigues Incompleto
2020-2023 Carlos Silva Completo
2023-2026 Carlos Silva  

Para não perdermos a noção de sequencialidade temporal vitoriana, apresento-lhe a “eterna” tabela:

 

Em vinte e oito anos, o Vitória teve apenas seis mandatos completos (sem que existissem dois mandatos completos consecutivos), nove mandatos incompletos e quatro comissões de gestão, num registo claro e inequívoco de instabilidade directiva.

Estamos fartos de vendedores de ilusões que utilizam os recursos do Vitória ilicitamente em proveito próprio, deixando-o ainda mais frágil do que quando o encontraram.

Se olharmos para a geografia da 1ª Liga ficamos logo esclarecidos.   Na região compreendida entre Douro Litoral e Baixo Minho, numa distância máxima de 50 Km entre si, existem dez (!!!) clubes: Porto, Boavista, Guimarães, Braga, Gil Vicente, Paços de Ferreira, Arouca, Rio Ave, Vizela e Famalicão, com os óbvios benefícios sociais, económicos, desportivos e políticos que daí advêm, para toda a região.

Lisboa, quatro: Benfica, Sporting, Casa Pia e Estoril; Regiões Autónomas, dois: Marítimo e Santa Clara; Trás-os-Montes: Chaves.

A sul do rio Tejo somente um, Portimonense.  Alentejo, nem um.

Relativamente ao Distrito de Setúbal, foi aquele que nas últimas cinco décadas mais peso perdeu no mapa do futebol, tendo chegado a ter seis (!!!)  clubes na 1ª Liga: Vitória, CUF, Barreirense, Montijo, Amora e Seixal.

Uma grande tristeza e desolação.

Quanto ao Vitória Futebol Clube, gostaria que o clube se modernizasse, estabilizasse financeiramente, apostasse fortemente na formação das camadas jovens e que, de uma forma definitiva, regressasse ao lugar que é seu e do qual nunca, em circunstância alguma, deveria ter saído.

Gostaria também de ter um estádio novo. O Estádio do Bonfim, mesmo com todos os notáveis melhoramentos realizados por vós, está velho, antiquado, obsoleto.

O Vitória Futebol Clube é uma força avassaladora, um vulcão adormecido que tarda a entrar em erupção.

Quando isso acontecer, segurem-se porque ninguém nos segura.

Caro Carlos Silva, desejo-lhe a si e a toda a sua equipa as maiores felicidades.

VIVA O VITÓRIA!

 

 

 

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