PENSAR SETÚBAL: A homenagem a Álvaro Cunhal em Setúbal

PENSAR SETÚBAL: A homenagem a Álvaro Cunhal em Setúbal

PENSAR SETÚBAL: A homenagem a Álvaro Cunhal em Setúbal

, Professor
19 Novembro 2018, Segunda-feira
Giovanni Licciardello - Professor
Giovanni Licciardello – Professor

Esta crónica vem na sequência da atribuição do nome de Álvaro Cunhal a uma avenida, aqui em Setúbal e da colocação posterior de painéis em madeira, onde a figura de Cunhal surge de perfil, bem como réplicas de pinturas produzidas pelo próprio, que se encontram espalhadas pelo primeiro troço da avenida.

Vamos então ao cerne da questão. A homenagem propriamente dita.

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Álvaro Cunhal foi, durante três décadas, o líder praticamente incontestado do Partido Comunista Português (PCP), uma das organizações partidárias que se assume como herdeira ideológica e política do Comunismo.

 

O Comunismo é uma ideologia que assenta em vários pilares estruturais, tais como o forte condicionamento ideológico das sociedades civis, a ausência de liberdade, a colectivização forçada, o culto da personalidade dos seus dirigentes, a polícia política, a repressão, a utilização das prisões discricionárias, os campos de concentração, o assassínio e o genocídio.

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Os maiores ditadores e criminosos do século XX e XXI foram, e são, entre outros, comunistas responsáveis pelo atraso dos respectivos países e pelo genocídio de milhões de pessoas, tais como Estaline, Mao, Pol Pot, Nicolai Ceausescu, Enver Hohxa, Fidel Castro, Erich Honecker, Menghistu Hailé Mariam, Lavrenti Béria e mais recentemente na antiga Jugoslávia, ex-comunistas recauchutados em nacionalistas, tais como Slobodan Milosevic, Radovan Karasic, Ratko Mladic, que foram condenados pelo Tribunal Penal Internacional de Haia, pela prática de genocídio.

 

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Na Coreia do Norte, temos ainda Kim II-Sung, seu filho Kim Jong II e seu neto Kim Jong Un, naquela que é denominada a primeira dinastia comunista. Nesse país, as violações sexuais sistemáticas das mulheres assumem proporções indignas e repugnantes.

 

Depois temos a segunda dinastia comunista: Cuba. Fidel Castro, depois de governar Cuba durante 50 anos, abandonou o poder, sendo substituído pelo seu irmão Raúl. O julgamento encenado e a condenação à morte por fuzilamento do General Arnaldo Ochoa, um dos militares mais brilhantes, competentes e carismáticos, responsável pela estratégia militar cubana em Angola, foi mais uma prova do carácter obsoleto do regime.

 

Em alguns países comunistas (nomeadamente nas antigas URSS e RDA), existem fortes evidências que comprovam que os Estados promoviam e encorajavam a dopagem dos seus atletas olímpicos, para a obtenção de medalhas, com consequências nefastas para a sua saúde, nomeadamente infertilidade, alterações hormonais gravíssimas e cancros diversos.

 

Em todo o universo comunista, só existe o partido único. A liberdade de expressão, proibida; o condicionamento ideológico, uma constante; os campos de reeducação (leia-se de concentração), uma prática comum; a polícia política, particularmente repressiva.

 

A KGB soviética, a Stasi da RDA, a Securitate da Roménia, a Brigada Especial Nacional de Cuba, a Securimi da Albânia, a KDS da Bulgária, apenas para salientar as mais significativas, de uma dimensão obscura e repressiva.

 

O PCP, em geral e Álvaro Cunhal, em particular, são os  herdeiros políticos de todo este universo.

 

Por tudo isto, mais importante do que a inexistência de qualquer relação entre Cunhal e Setúbal, ou dos 300 mil euros que custou a empreitada, ao homenagear-se desta forma a figura de Álvaro Cunhal, está a prestar-se um tributo explícito ao Comunismo, uma das duas ideologias mais mortíferas do século XX.

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