A construção do novo Aeroporto na Base Aérea n.º 6 em Montijo, é uma oportunidade histórica para a nossa terra, designadamente nos domínios da criação de emprego, do turismo e dos transportes.
Com efeito, um dos grandes desafios que se colocam a cidades de média dimensão, na proximidade de grandes centros urbanos, é o de enfrentar a atração que estes representam em termos de oferta de emprego. Próximo de Lisboa, e dispondo de boas acessibilidades à capital, o Montijo sente igualmente essa atração, apesar do recente desenvolvimento do setor dos serviços (ligado à abertura das grandes superfícies comerciais) e de deter no seu território empresas de referência, em áreas como a floricultura, ou noutras mais “tradicionais” no seu tecido económico (nomeadamente a horticultura, a vinicultura e a transformação de carne ou de cortiça).
Para superar com sucesso tal atração, é preciso criar novas oportunidades de emprego, que permitam que as pessoas que vivem e viverão na cidade não tenham que sair dela, em movimentos pendulares, para trabalhar. Ora, é desde logo pelas potencialidades que representa, em matéria de criação de emprego, que o Novo Aeroporto é estratégico para o Montijo.
Pensando apenas nas atividades que respeitam diretamente ao setor aeroportuário, as estimativas disponíveis apontam para a possibilidade de criação de cerca de 20 mil novos postos de trabalho. Mas é realista ambicionar mais: a proximidade de uma importante infraestrutura aeroportuária, como a de que falamos, também pode ser atrativa para a fixação de empresas de elevado nível tecnológico, designadamente as ditas “4.0” – correspondentes a uma quarta fase da Revolução Industrial, associada à utilização de tecnologia e onde, por isso mesmo, Portugal pode aspirar a uma posição liderante.
Por outro lado, é evidente o impacto positivo deste projeto no setor do turismo, designadamente nos ramos da Hotelaria e da Restauração – eles próprios também com elevadas potencialidades de criação de emprego. Não fosse assim e o famoso Grupo Accor (que controla, p. ex., a IBIS e a NOVOTEL) não teria já manifestado a sua intenção de construir três hotéis no Montijo. De resto, é possível articular o crescimento do Turismo com a requalificação urbana, incentivando-se, para efeitos de construção de novos Hotéis, a utilização de espaços já existentes na cidade, muitos dos quais se foram deteriorando, como antigas fábricas ou outras propriedades particulares.
Finalmente, em matéria de transportes, é inegável que a implementação deste projeto redundará numa melhoria das ligações a Lisboa, designadamente no domínio das opções que já são disponibilizadas através dos modos rodoviários e fluvial.
Não é, pois, difícil perceber que haverá um Montijo antes e um Montijo depois do Novo Aeroporto, como há 20 anos aconteceu com a Ponte Vasco da Gama. Por isso, o que se espera dos dirigentes políticos, é que estejam à altura desta oportunidade, e que pugnem para que se possam aproveitar ao máximo as suas mais-valias, sem descurar o que a cidade já conquistou em termos de urbanismo, ambiente, segurança e qualidade de vida.
A consolidação da Democracia aumentou o nível de exigência dos eleitores para com os eleitos. Já ninguém se satisfaz com slogans sonantes, nem com proclamações vagas e uma conceção da política voltada para a maledicência e as querelas estéreis, só ajuda a repelir os cidadãos.
Ao contrário, as populações esperam que os seus representantes saibam compreender e defender os projetos que melhor servem os seus interesses. E é isso que o Executivo do Partido Socialista fez. A despeito de outros, mais preocupados com propósitos eleitorais de curto prazo, o PS não se engana nas suas prioridades: defender, sempre, um Montijo com Futuro.