O primeiro navio de cruzeiro, tendo Setúbal como local de partida da viagem

O primeiro navio de cruzeiro, tendo Setúbal como local de partida da viagem

O primeiro navio de cruzeiro, tendo Setúbal como local de partida da viagem

, Professor
15 Novembro 2021, Segunda-feira
Giovanni Licciardello - Professor

Um destes dias de Outono, quando descia a Av. S. Francisco Xavier de automóvel, proveniente do meu Agrupamento de Escolas Lima de Freitas, olhando casualmente para o rio, detectei a forma inconfundível de um navio de cruzeiro.

Para o conseguir ver daquele local, tratar-se-ia seguramente de um navio de apreciáveis dimensões e que estaria acostado ao cais exterior, adjacente à doca dos pescadores.

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Imediatamente dirigi-me para essa zona ribeirinha e constatei que, não sendo os navios imensos habituais do tipo Costa ou MSC, ainda assim era um navio bastante grande.

Logo, procurei indagar os motivos de tão agradável, mas inesperada presença.

O navio esteve em acções de manutenção nos estaleiros navais, a montante.

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Chama-se “Le Lyrial” e pertence à companhia Ponant, uma empresa de cruzeiros francesa, fundada em 1988, com sede em Marselha.

Para grande surpresa minha, informaram-me que era uma viagem transatlântica que efectuava a ligação entre Setúbal e Montevideu, capital do Uruguai, tendo a nossa cidade como ponto de partida.

O navio esteve dois dias atracado em Setúbal.

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Em virtude de Setúbal não ter actualmente condições estruturais para receber esta tipologia de embarcações, a APSS teve de efectuar (e muito bem) adaptações, nomeadamente um posto de SEF.

O Departamento de Turismo da Câmara Municipal de Setúbal, através da Casa da Baía, potenciou a feliz circunstância, efectuando uma recepção aos passageiros, maioritariamente franceses, com uma mostra degustativa de produtos gastronómicos da nossa região tais como tapas, conservas, queijo e vinho.

Para além disso, cada passageiro levou consigo uma lembrança constituída por biscoitos, bolos, compota, mel.

Tais iniciativas da autarquia são extremamente oportunas, muito bem concebidas e conseguidas, a fim de promover esta nossa bela e apelativa região de Setúbal.

Recorde-se que em 2015, o porto de Lisboa recebeu pela primeira vez em simultâneo as três jóias da coroa do operador inglês Cunard Line: os navios Queen Mary 2, Queen Elizabeth 2 e o Queen Victoria.

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Um aspecto muito importante a ter em conta, foi o facto de, com este encontro de navios de cruzeiro, tenham sido geradas receitas estimadas em cerca um milhão de euros

Um estudo realizado pelo Observatório de Turismo de Lisboa, em parceria com a Administração do Porto de Lisboa, traçou o perfil do passageiro de cruzeiro com escala em Lisboa, concluindo que efectua uma despesa diária de cerca de 100 €, um valor em que estão incluídas despesas em alimentação, compras diversas, deslocações na cidade e visitas a monumentos e museus. O estudo referiu ainda que 94% dos entrevistados afirmou que um regresso à capital portuguesa era “provável ou muito provável”.

 

Quanto a Setúbal, temos condições naturais únicas para receber navios de cruzeiro de média dimensão, tal como o que nos visitou; não temos, infelizmente, infra-estruturas para tal. Nem directas, nem colaterais.

Com navios de cruzeiro a atracarem em Setúbal, a cidade, bem como toda esta magnífica Região dos Três Castelos, receberia uma lufada de ar fresco, com os benefícios que daí adviriam, nomeadamente entrada de receitas.

Faço, portanto, um apelo a todas as entidades que regem o domínio público marítimo, para que articuladamente encontrem uma solução que propicie também aos navios de cruzeiro visitarem Setúbal e que esta não tenha sido apenas uma visita fortuita.

Todos ficaríamos a ganhar seguramente.

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