O Futuro da Fertagus Pós-2024

O Futuro da Fertagus Pós-2024

O Futuro da Fertagus Pós-2024

9 Novembro 2023, Quinta-feira
Vogal da Comissão Política da Secção do PSD de Palmela

Tudo começou na década de 90 com a celebração do contrato e o início da circulação dos comboios. O serviço ferroviário, especialmente a concessão da Fertagus, que liga a Península de Setúbal a Lisboa é, como bem sabemos,  estrutural para a própria Península e para Lisboa.

O atual contrato termina no próximo mês de setembro de 2024[1] e é importante que a questão da renovação da concessão da Fertagus seja amplamente discutida. Este é um tema de grande relevância para a região porque o Governo pode pedir para resgatar o serviço para a CP ou pode renegociar a oferta dos serviços aumentando a mobilidade na região. O aumento dos serviços disponíveis não serão obviamente imediatos dado que não existem propriamente comboios na prateleira para compra e entrada imediata em operação, mas é preciso projetar com tempo e com visão as próximas décadas.

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Neste artigo de opinião irei explorar as implicações da renovação da concessão ferroviária da Fertagus na vida das pessoas da região, porque só nestes últimos 20 anos a população residente na Península aumentou em mais de 100 mil habitantes, para um total de mais 800 mil pessoas.

A Fertagus desempenha assim um papel crucial na vida quotidiana da região e a renovação da concessão deve refletir com mais comboios e mais condições para todos os passageiros, traduzido num impacto positivo e contributo para o desenvolvimento sustentável da Península de Setúbal, sendo um transporte pesado, deve funcionar como base para toda a rede de transportes que em si também tem necessariamente de aumentar.

Portanto, a renovação da concessão deve ser vista como uma oportunidade para aprimorar a infraestrutura ferroviária e oferecer benefícios tangíveis à comunidade da Península de Setúbal, que estão em atraso mas também antecipar o futuro em termos de população e  comportamentos/ necessidades em matéria de mobilidade e desenvolvimento urbano.

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A melhoria do serviço ferroviário deve passar necessariamente por mais oferta e de maior qualidade, ou seja, mais e melhores comboios uma vez que a redução substancial dos lugares sentados prejudicou a qualidade das condições de transporte. Mas vamos tipificar quais as ações que devem ser consideradas.

Em primeiro lugar, a renovação da concessão deve-se concentrar em melhorar a qualidade e aumentar o serviço prestado pela Fertagus, traduzindo-se assim no aumento da frequência, bem como no aumento do número de carruagens nas horas de ponta (em particular nas estações de Penalva, Pinhal Novo, Venda do Alcaide, Palmela e Setúbal,  onde atualmente circulam apenas  2 comboios na hora de ponta.

Em segundo lugar, que as estações  Expo/Oriente e as Praias do Sado/Instituto Politécnico de Setúbal sejam integradas na rede ferroviária.

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Por fim a reposição dos lugares sentados e a requalificação das estações em matéria de  segurança e parques de estacionamento.

A Península de Setúbal não pode esperar mais por um pacote de transformação/investimento em matéria de mobilidade, desde as estradas nacionais por construir ou a falta de manutenção das existentes, a expansão do Metro Sul do Tejo, a Ponte Barreiro-Seixal e Barreiro Montijo já muito prometidas[2], o aumento da oferta fluvial sobre o Rio Tejo, e a 3ª travessia sobre o Tejo.

É imperativo para as pessoas e para o ambiente que em matéria de mobilidade, exista uma garantia de qualidade em matéria de oferta, de qualidade e de custo face ao carro.

Por fim, pelo bem comum, espero que o Governo e as Autarquias não olhem para o assunto em cima da hora. Se queremos ter melhor qualidade de vida, não podemos olhar de lado para a mobilidade, a mesma é de cariz estrutural no acesso à educação, saúde e emprego, cabendo às pessoas que estão nos Partidos Políticos tomarem decisões  acima de qualquer agenda míope e estéril.

[1] https://eco.sapo.pt/2023/02/28/fertagus-pede-mais-tempo-mas-estado-pode-resgatar-concessao/

[2] https://eco.sapo.pt/2019/01/16/barreiro-seixal-e-montijo-vao-ter-pontes-a-uni-los-ate-2026/

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