Dois Centenários marcam esta Feira de Santiago, o de Sebastião da Gama e o do Porto de Setúbal, veja-se o destaque que o Setubalense lhes dedica na massiva edição de 21 de Julho. Retomemos então, páginas emprestadas, o apelo ao engrossar da Manifestação convocada para 24 de Outubro de 2015 em Lisboa, da Rua do Carmo até à Praça Luís de Camões, de repúdio pela realização do Exercício NATO Tridente Juncture 2015, que decorreu em Portugal, Espanha e Itália até 6 de Novembro, envolvendo 25 mil efectivos de cerca de 40 países: ele foi o leitmotiv da apresentação a cargo de Fernando Casaca, actor e Director do Teatro do Elefante, da Tribuna Pública que, nas ante-vésperas, animou a Praça do Bocage, em Setúbal.
Dezenas de participantes corresponderam à convocatória do conjunto de organizações, associações e movimentos, entre os quais o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), a União dos Sindicatos de Setúbal (USS), o Movimento Democrático de Mulheres (MDM), a União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP), a Associação de Amizade Portugal-Cuba (AAPC), a Associação Conquistas da Revolução (ACR) e a Juventude Comunista Portugueses (JCP), que viram as suas intervenções acompanhadas pelo testemunho de André Martins, então Vice-Presidente da edilidade. Contra as manobras em Santa Margarida e Beja, e em Setúbal/Tróia assumidas como plataforma portuária da entrada de viaturas e outros equipamentos e meios militares, levantaram a voz em sua representação Baptista Alves, Luís Leitão, Bernardina Barradas, Pedro Soares, Filipe Narciso, Nuno Lopes e Paulo Costa.
O empenho na defesa dos Valores de Abril, da Paz e Independência Nacional, no respeito pela Constituição da República, na solidariedade e cooperação com os povos de todo o Mundo assentou como luva na mão na evocação dos 250 anos do nascimento de Bocage, ele ali presente na coluna sadina, e do poema de Laureano Rocha a que Mário Regalado moldou a música: “Ó rio Sado de águas mansas que pró mar vais a correr, não leves minhas esperanças, sem esperanças não sei viver”.
Aos portos de Lisboa e Setúbal chegavam os livros da França revolucionária de que o poeta maldito era fiel depositário o tempo que bastasse para o extravio. Que a propósito, então, continuem a não faltar acordes, e quem for aos nossos cais que cante!