Movimento Associativo Popular: ser “fortes” ou “importantes”, eis a questão

Movimento Associativo Popular: ser “fortes” ou “importantes”, eis a questão

Movimento Associativo Popular: ser “fortes” ou “importantes”, eis a questão

21 Julho 2025, Segunda-feira
Nuno Soares

Destacamos o artigo de opinião de Adelino Soares (Vice-presidente, 2025) publicado recentemente no jornal ‘A Voz de Ermesinde’.


Num colóquio direcionado às entidades da Economia Social, que versava o tema “Vamos Cozinhar Transparências – Um roteiro pela Prestação de Contas Transparentes na Economia Social”, um dos preletores, convidado para refletir sobre tema tão sugestivo, com toda a naturalidade, procurando classificar as entidades desta Economia Social, e citando-as todas de passagem, disse: “Temos ainda a Confederação Portuguesa das Coletividades, a entidade mais forte do setor, mas menos importante”.

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Tal e qual.


Dito assim, e tendo em conta os objetivos do colóquio – que eram os de evidenciar e discutir, de forma descontraída, conceitos importantes e promover a troca de experiencias na aplicação da prestação de contas transparentes na família da Economia Social – evidenciou-se a existência de princípios e diferenças qualitativas entre a força e a importância dos seus membros.


Princípios esses que têm sido uma das matérias que mais atenção têm merecido por parte da Confederação Portuguesa das Coletividades, na relação com o tecido associativo, em todas as ações de capacitação, contribuindo com tal atitude para que sejamos considerados e respeitados como uma importante entidade da Economia Social, tratada em patamares de igual importância com todas as outras entidades na mesma.

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Nem mais, nem menos.


Andamos na procura contínua de bem representar o movimento associativo popular, a par da melhoria da nossa capacidade organizativa.


E temos consciência das nossas debilidades. Socorrendo-nos da nossa utilização permanente da análise SWOT, os fatos, quanto aos nossos Pontos Fortes, evidenciam que somos a “maior rede social”, que exercemos um “trabalho de proximidade” e que somos, e eremos sempre, “resilientes”. Quanto aos Pontos Fracos, evidenciamos, sim, uma “fraca interligação e comunicação” e demostramos um grau de “conservadorismo” muito próprio de um movimento que nasce das vontades do povo – e preocupante desde a criação associativa – onde muito é feito com “poucos recursos técnicos”.

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A realidade é o que é, escolhendo-se, para o caso, dois pontos fundamentais:

O primeiro, o forte trabalho criado pelas nossas coletividades a nível nacional, envolvendo, entre associados, dirigentes e populações que usufrutuem das suas atividades, cerca de 3 milhões de cidadãos.

O segundo, e embora movimentando valores em euros, não ganhando nada com o exercício de tais responsabilidades diretivas – porque somos benévolos – ainda aplicamos os lucros obtidos na melhoria e manutenção das instalações associativas, entre muitos outros casos.
E, mesmo assim, somos o parente mais pobre de toda a Economia Social. Daí, os menos importantes. E porque menos apoiado.


Se a avaliação real e a valorização justa da existência das coletividades e da sua oferta de diversos conteúdos sociais fossem possíveis de quantificar verdadeiramente, a definição de “menos importante” seria, ou é, claramente invertida.


Assim, fica a ideia do desconhecimento de uns e da intenção de desvalorização de outros.
Objetivos de responsabilidade coletiva, será fundamental que sejam dadas respostas por todas as coletividades, filiadas ou não na Confederação, defendendo-se que só unidas, trocando experiências e trabalhando processos de melhoria a vários níveis, estudando soluções e medidas em nossa defesa, se conseguirá melhorar essa imagem.


Indicamos desde já algumas sugestões de trabalho, que passam pela responsabilização dos dirigentes envolvidos, pela atribuição de tarefas e responsabilidades normais, no quadro das definições do funcionamento interno, de modo a melhorar em permanência o trabalho de capacitação dos dirigentes associativos nos órgãos sociais de cada coletividade.


Defenderemos, com naturalidade, como sempre, a regular prestação de contas das atividades existentes na coletividade, com total transparência, de forma a que os compromissos assumidos sejam avaliados positivamente quanto ao que foi ou não executado pela respetiva direção e por todos os outros organismos, em seções, valências ou grupos de trabalho, caso existam, e definidos nos planos de atividades de cada ano.


Os construtores associativos, organizadamente, há 101 anos, sabiam o caminho, mesmo muito antes, séculos atrás, já acontecia o ato de associar, não sendo fácil, um dia seria dada importância à força do projeto associativo.

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