Injusto?

Injusto?

Injusto?

5 Março 2020, Quinta-feira
José Pereira

No futebol, o elo mais fraco é sempre o treinador. Independentemente dos erros de terceiros, dentro e fora do campo, dos dirigentes dos clubes aos jogadores, no final da linha quem paga a factura das metas falhadas e das expectativas que não se materializam é sempre o treinador. Veja-se o mais recente caso de Bruno Lage, por exemplo, idolatrado ainda há bem pouco tempo e que agora já recebe lenços brancos dos adeptos. Subitamente, num curto espaço de tempo, perdeu as suas qualidades enquanto treinador?

No futebol de formação, naturalmente, a pressão sobre os treinadores não é tão evidente, uma vez que os interesses em jogo não assumem minimamente a mesma escala. Em todo o caso, mesmo um treinador no circuito do futebol de formação sofre o desgaste imposto pela ditadura dos resultados.

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Contudo, se olharmos desapaixonadamente, que culpa tem um treinador que um jogador falhe uma grande penalidade decisiva, ou que ao longo de um jogo os seus jogadores atirem a bola à barra, ou ao poste, com isso desperdiçando sucessivas oportunidades para materializar a sua superioridade?

Os adeptos descarregam a sua frustração no treinador. Todos teriam feito diferente. Uns teriam utilizado outro esquema táctico. Outros ainda teriam optado por jogadores diferentes. De uma forma ou de outra, todos se queixam da injustiça expressa no resultado.

Acontece que o futebol é um desporto amoral, mesmo durante a formação, e nada quer saber de justiça ou, já agora, de estatísticas de jogo. No final da partida, o que conta é a eficácia e nada mais.

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Os treinadores, claro está, trabalham semanalmente com o intuito de maximizar a eficácia das suas equipas. Por razões diversas, nem sempre se alcança o objectivo. É desagradável?

Talvez. Em todo o caso, o sal da incerteza é o que dá encanto e magia ao futebol, não é verdade?

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