Hipocrisia e coerência política

Hipocrisia e coerência política

Hipocrisia e coerência política

23 Outubro 2024, Quarta-feira

Na vida política a coerência é rara e nas últimas décadas os partidos tradicionais têm-nos mostrado isso mesmo, escolhendo a hipocrisia como parceiro de caminho.
Analisemos um caso em concreto, nas últimas eleições autárquicas o CHEGA defendeu a instalação de câmaras de videovigilância em Setúbal para fazer face aos elevados índices de criminalidade e propôs isso mesmo mais tarde na Assembleia Municipal de Setúbal (da qual sou membro), o que viria a ser chumbado nessa sede, porém não desistimos porque não olhamos para os munícipes alvo de assaltos, de agressões, de homicídios ou que acordem a meio da noite com o seu carro em chamas como um voto, mas como munícipes que têm o direito de viver em segurança na sua cidade que tanto amam, a isto chama-se coerência política.
O partido socialista vem agora pela voz do vereador Fernando José, com o olhar posto nas eleições autárquicas do próximo ano, questionar para quando a instalação do sistema de videovigilância em Setúbal, a isto chama-se hipocrisia e baixa política.
O PCP nada diz porque a cassete é antiga e não o contempla e ademais avizinham-se umas eleições autárquicas com Dores não de crescimento, mas de envelhecimento.
O primeiro-ministro afirmou há dias no encerramento do congresso do PSD que pretende uma maior abrangência dos sistemas de videovigilância para combater a criminalidade, então mas só agora Luís Montenegro acordou para a vida e para com o combate à criminalidade? A isto chama-se hipocrisia e baixa política.
Ao Bloco de Esquerda a medida não interessa por motivos que me escuso de mencionar por conhecidos que são.
A criminalidade e o sentimento de insegurança que se sente em Setúbal e um pouco por todo o distrito tem que ter uma resposta adequada e firme porque as pessoas merecem viver com liberdade na cidade que escolheram viver.
Num distrito tão dado a cravos e a abril é caso para perguntar, haverá liberdade sem segurança?
Cinquenta anos depois é altura de acabar de vez com a política hipócrita e fazermos do superior interesse dos munícipes o motivo único da ação política e acabar com as promiscuidades, avenças aos seus, as adjudicações pouco claras e as habituais negociatas.
É preciso mudar o paradigma autárquico no distrito, que teve sempre o PCP e o PS ao leme dos treze municípios no pós 25 de abril e os resultados estão à vista.
A nossa ambição autárquica é elevada porque sentimos nas ruas a vontade de mudança e é por isso mesmo que vamos lutar, contem connosco. CHEGA!

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