Habemus Incendium

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18 Julho 2017, Terça-feira
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Toda a gente conhece a história: começa o verão e sucedem-se os fogos. Os jornalistas recorrem a especialistas, o debate fica aceso e surgem as mesmas teorias. Terá sido fogo posto ou terá sido um triste acaso?

Infelizmente, as tragédias com fogos acontecem em todo o lado e, notícias recentes, apresentam-nos fogos de formato diferenciado. Por exemplo, em Portugal, as autoridades deixam que o fogo queime o país; no Vaticano, a polícia não deixa arder o bonito fogo sexual em orgias gay. O que acaba por ser uma incongruência: queimam-se bens essenciais para o mundo e, por outro lado, arrefece-se importante calor humano. Não se percebe esta desarmonia.

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A forma de encarar e apagar fogos altera de cultura para cultura. Aparentemente, em Portugal, os fogos não proporcionam o mesmo nível de entretenimento que no Vaticano. Apagar fogos em Portugal é mais aborrecido e dispendioso, na medida em que o SIRESP custou meio bilião de euros e não auxilia nas emergências e no Vaticano os fogos combatem-se com recurso a umas simples caixas de preservativos.

Quando Luís de Camões escreveu “amor é fogo que arde sem se ver” não imaginou que ao usar recursos linguísticos como anáforas e comparações poderia, anos mais tarde, estar a inspirar não só outros poetas, mas também padres do Vaticano. Pensando bem, se Camões fosse vivo nos dias de hoje, talvez escrevesse o poema de forma mais adequada. Talvez desta forma: Amor é fogo que arde sem se ver debaixo das batinas do Vaticano.

Se o fogo de Pedrógão gerou um concerto de solidariedade, aguarda-se que a interrupção do fogo sexual no Vaticano gere uma playlist de músicas da Rosinha.

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