Assistimos a duas farsas. Uma, velha de décadas, é a da discussão sobre o Orçamento do Estado. Os principais protagonistas, PS e PSD, como de costume, acusam-se mutuamente de não colaboração para se conseguir um bom Orçamento. E consideram as suas propostas, é claro, as melhores. Na realidade, fora alguns pormenores, as diferenças são poucas ou nenhumas.
Importante, para ambos, são as consequências e os dividendos. Daí o malabarismo em torno desta questão efetivamente essencial para o País. E o cálculo até a possíveis eleições antecipadas, caso o documento não seja aprovado.
O resultado, seja aprovado agora ou depois, desde que com os mesmos protagonistas, é sempre o mesmo: ganhos para as grandes empresas, banca e grupos económicos, e as habituais dificuldades para os trabalhadores, reformados e povo em geral.
Portanto, enquanto conseguirem manipular o povo com a comunicação social daqueles que habitualmente ganham com o OE, este, será mais ou menos sempre igual. Só com esclarecimento e luta persistente, levará a alterar-se o sentido de voto e as forças mais consequentes da oposição, com destaque para a CDU, será aprovado um OE que beneficie o povo e o País.
A outra grande farsa com consequências muito piores, dramáticas e criminosas, é o que se passa no Médio Oriente. Mais concretamente, na Palestina. Faixa de Gaza, Cisjordânia e agora também no Líbano.
Depois de arrasarem a Palestina, provocando dezenas de milhar de mortos e muitos mais feridos e deslocados, agora viraram-se de novo para o Líbano pondo-o também a ferro e fogo para também ali imporem o seu domínio.
Mas todos estes crimes que o próprio Secretário–Geral da ONU, diz querer pôr termo com um cessar-fogo que nunca conseguiu impor, e que o presidente dos EUA, diz também lamentar, continuam.
Esta farsa, bem mais grave, criminosa e perigosa para a paz naquela região e no mundo, é mais descarada quando o próprio presidente e o governo da super potência (EUA) ao mesmo tempo que falam em cessar-fogo, continuam a armar e a dar todo o apoio diplomático com a hipócrita justificação de que “Israel tem todo o direito de se defender”. Claro que tem! Como qualquer outro país! E tem o direito de esmagar os vizinhos, de potencialmente provocar centenas de milhar de mortos e feridos e milhões de refugiados? De violar as regras das Nações Unidas, o direito internacional e os mais básicos direitos, incluindo o da vida, de outros povos?
Lamentar a passividade de outros, nomeadamente da União Europeia, que não se impõe perante esta criminosa farsa que avaliza a lei da selva, colocando em perigo a paz mundial porque nem todos os países, e bem, se subordinam a ela.
Num tempo em que a hipocrisia e a irresponsabilidade estão patentes ao mais alto nível, num tempo de armas tão sofisticadas incluindo a definitiva (nuclear), é imperioso que a opinião pública, em nome da vida, exija aos governantes que assumam as responsabilidades de terminarem com os conflitos diplomaticamente e não fomentem outros.