Ministra aperta empresas mas os trabalhadores é que ficam já encostados
A ministra do Mar decidiu agir, ao fim de quase três semanas, para desbloquear a situação no Porto de Setúbal.
Ana Paula Vitorino reconhece que há precariedade a mais e que as empresas têm trabalhadores efectivos a menos e exige às autoridades com competências na matéria, APSS, IMT e ACT, que actuem.
Ao IMT, entidade licenciadora da actividade das empresas portuárias, a Governante exige que avalie se as empresas, neste caso de Setúbal, tem “capacidade técnica comprovada para a gestão de trabalhadores” e sublinha que deve ser assegurado que o número de trabalhadores efectivos é “o adequado”.
Em suma, Ana Paula Vitorino fala grosso para as empresas, aparentemente sem contemplações para mais desculpas e adiamentos.
No entanto, além de tardia, esta posição ainda não deu frutos. As empresas e as suas associações representativas continuam a exigir o fim da paralisação para aceitarem negociar.
Já para o lado dos trabalhadores a força produz logo efeitos imediatos. A polícia afasta-os e garante a entrada e operação de um navio.
Ou seja, a ministra mostra-se forte para os dois lados, mas os fortes continuam na mesma posição enquanto os fracos já estão a ser encostados e substituídos.
É bom que as empresas cedam rapidamente e aceitem negociar porque já toda a gente percebeu que a razão está do lado dos trabalhadores.